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Programa propõe ideias para transformação digital na economia

Com informações da Agência Brasil - 25/03/2018

Estratégia para a Transformação Digital
A Estratégia para a Transformação Digital aponta noções gerais sobre o que o Brasil deveria fazer para entrar na economia digital.
[Imagem: Marcello Casal Jr./Agência Brasil]

Estratégia para a Transformação Digital

Foi lançada nesta semana a Estratégia para a Transformação Digital (E-Digital), um programa que propõe diretrizes e ações para promover o uso de novas tecnologias da informação e da comunicação (TICs) em diversos setores econômicos.

Essa preocupação vem permeando a agenda de diversos organismos internacionais, como o Fórum Econômico Mundial, o G20 (grupo das maiores economias do mundo) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O objetivo geral da estratégia é "aproveitar todo o potencial das tecnologias digitais para alcançar o aumento da produtividade, da competitividade e dos níveis de renda e emprego por todo o país, visando à construção de uma sociedade livre, justa e próspera para todos".

O Brasil ocupa atualmente a 80ª posição no Índice de Competitividade Global (GCI, na sigla em inglês). Segundo estudo da consultoria Accenture, em 2016, a chamada "economia digital" representava 22,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. De acordo com o documento do governo federal que embasa o lançamento da E-Digital, uma estratégia digital "otimizada" poderia significar um acréscimo de 5,7% ao PIB até 2021.

Economia baseada em dados

A estratégia tem como desafio central a alteração da lógica de atividades econômicas para uma nova visão baseada em dados e calcada em tecnologias digitais. A produtividade e o desempenho econômico estariam assentados, assim, na capacidade de coletar, processar e extrair valor a partir do cruzamento dessas informações. Isso é facilitado pela intensificação da atividade de usuários no ambiente online, com publicações e interações cada vez maiores e mais ágeis.

O caminho rumo a esse novo modelo passaria, segundo o governo, pela atração de centros de dados (data centers) para o Brasil, aprimoramento da política de dados abertos do governo, fomento do uso de computação em nuvem na administração pública e pela cooperação entre entes públicos e privados para apoiar a adoção de tecnologias de coleta e processamento de megadados (Big Data) e de inteligência artificial no país.

Indústria 4.0

A estratégia pretende levar as empresas para o que se convencionou chamar internacionalmente de Indústria 4.0, "um modelo da fábrica 'inteligente' do futuro, onde sistemas controlados por computador monitoram processos físicos, criam uma cópia virtual do mundo físico e tomam decisões descentralizadas com base em mecanismos de auto-organização".

O documento indica ainda a necessidade de políticas de incentivo a empresas para adoção desses recursos e adaptação de suas linhas de produção, destacando que a adoção deve se dar não apenas na indústria mas também na agropecuária e nos serviços, outros dois segmentos com participação expressiva no PIB nacional.

Para gerar essas transformações, o documento elenca algumas tarefas necessárias em diversos campos. Uma delas é ampliar o acesso a serviços de telecomunicações, como a internet. Mas há obstáculos a isso, como o custo do serviço frente a um alto contingente grande de pessoas sem renda suficiente para contratá-lo. Atualmente, somente 40% dos domicílios são atendidos por banda larga fixa, por exemplo.

Isso faz com que sejam necessárias políticas públicas para assegurar a universalização da disponibilidade de infraestrutura e da conexão à web, como o uso das obrigações dos contratos de concessão e nas licitações de radiofrequência para instituir metas de investimento na expansão das redes.

Para fomentar um conhecimento maior do funcionamento das tecnologias, a estratégia sugere priorizar competências associadas ao "pensamento computacional", formular uma nova política que expanda o uso de TICs em sala de aula, ampliar a conectividade das escolas públicas, em especial aquelas na área rural e aprimorar a formação de professores, incluindo o domínio destas novas tecnologias.

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