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Energia

Produção de antimatéria em laboratório dobra com técnica simples

Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/03/2021

Técnica simples dobra produção de antimatéria em laboratório
A luz do laser entra na microestrutura na frente do alvo de ouro, conduzindo fótons gama de alta energia (laranja) e gerando partículas, incluindo os pares de antimatéria elétron-pósitron (azul e verde).
[Imagem: LLNL]

Produção de antimatéria

Cientistas do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, nos EUA, conseguiram aumentar em 100% o rendimento do processo mais usado hoje para produzir antimatéria em laboratório.

E a inovação foi possível com uma alteração relativamente simples: o pesquisador Sheng Jiang criou nanoestruturas microscópicas na superfície dos alvos de ouro usados para gerar a antimatéria.

Quando os lasers de alta potência foram disparados sobre esses alvos modificados, o processo gerou o dobro de partículas de antimatéria em relação ao uso de alvos lisos.

Os experimentos anteriores geravam cerca de 100 bilhões de pósitrons, as partículas de antimatéria do elétron. O novo experimento produziu 200 bilhões de pósitrons.

"Esses resultados experimentais bem-sucedidos são importantes para o nosso projeto de pósitrons, cujo grande objetivo é fazer antimatéria elétron-pósitron suficiente para estudar a física das explosões de raios gama," disse o professor Hui Chen. "Mas descobrimos que os experimentos também criaram uma luz de fundo de raios X de alta energia (MeV) que pode penetrar objetos muito densos, o que é importante para muitos aspectos da ciência de energias de alta densidade."

Técnica simples dobra produção de antimatéria em laboratório
O alvo otimizado (esquerda) gera o dobro de pósitrons do alvo comum (direita).
[Imagem: S. Jiang et al. - 10.1063/5.0038222]

Energia que se transforma em massa

Quando energia suficiente é comprimida em um espaço muito pequeno, como durante as colisões de partículas de alta energia, os pares partícula-antipartícula são produzidos espontaneamente. Quando a energia se transforma em massa, tanto a matéria quanto a antimatéria são criadas em quantidades iguais.

Nesses experimentos, as intensas interações laser-plasma produzem elétrons de altíssima energia, cuja energia, ao interagir com o alvo de ouro, pode gerar pares elétron-pósitron.

As microestruturas em formato de pilar no alvo de ouro otimizam a interação entre a luz e a matéria, levando à geração de mais pósitrons - ou menos, dependendo de como as microestruturas são feitas.

A capacidade de criar pósitrons em maiores quantidades em um aparato pequeno de laboratório abre novos caminhos de pesquisa com antimatéria, incluindo uma compreensão da física subjacente a vários fenômenos astrofísicos, como buracos negros e explosões de raios gama, bem como um caminho para a criação de um plasma denso elétron-pósitron.

"Adicionar microestruturas superficiais frontais ao alvo de ouro típico constitui uma abordagem econômica para aumentar substancialmente o rendimento de pósitrons, ao mesmo tempo mantendo as mesmas condições de laser. É um passo adiante em direção ao uso de fontes de pósitrons geradas a laser para uma variedade de aplicações," afirmou Sheng.

Bibliografia:

Artigo: Enhancing positron production using front surface target structures
Autores: Sheng Jiang, A. Link, D. Canning, J. A. Fooks, P. A. Kempler, S. Kerr, J. Kim, M. Krieger, N. S. Lewis, R. Wallace, G. J. Williams, S. Yalamanchili, Hui Chen
Revista: Applied Physics Letters
DOI: 10.1063/5.0038222
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