Redação do Site Inovação Tecnológica - 01/11/2012
Célula solar orgânica
Cientistas conseguiram construir a primeira célula solar feita inteiramente de carbono.
Células solares orgânicas - à base de carbono - são um objetivo longamente perseguido pelos cientistas porque o elemento é muito mais barato do que o silício.
"O carbono tem potencial para oferecer elevado desempenho a baixo custo," explicou a Dra. Zhenan Bao, da Universidade de Stanford.
"Pelas nossas melhores informações, esta é a primeira demonstração de uma célula solar funcional que tem todos os seus componentes feitos de carbono," esclareceu.
Ao contrário dos painéis solares rígidos feitos de silício, o conjunto de células solares de carbono assenta-se sobre um material plástico flexível, onde os componentes são depositados por uma técnica de impressão.
Esta é uma das grandes vantagens de toda a eletrônica orgânica, cujo processo de fabricação pode ser feito em larga escala de forma contínua, como a impressão de um jornal.
Célula solar de carbono
A célula solar de carbono é formada por uma camada fotoativa, que absorve a luz do Sol, ensanduichada entre dois eletrodos.
A camada ativa é formada por nanotubos de carbono e fulerenos - as famosas "buckyballs", moléculas de carbono em formato de bola de futebol.
Os eletrodos, por sua vez, em uma célula solar orgânica típica são feitos de metais - ouro, prata ou cobre - e óxido de índio-estanho (ITO), o caro material usado nas telas sensíveis ao toque.
Marc Ramuz, da equipe da Dra. Bao, conseguiu substituir a prata e o ITO por grafeno e nanotubos de carbono, ambos com excelentes qualidades condutoras.
"Outros grupos têm relatado a construção de células solares inteiramente de carbono, mas eles se referem apenas à camada ativa, e não aos eletrodos," esclareceu Michael Vosgueritchian, outro membro da equipe.
Rumo à eficiência
É uma prova de conceito histórica, ainda que a célula solar de carbono vá exigir muito esforço de pesquisa antes de se tornar um produto pronto para uso.
No estágio atual, seu principal inconveniente é que ela absorve quase somente os comprimentos de onda da luz na faixa do infravermelho próximo, o que lhe dá um rendimento abaixo de 1%.
"Nós claramente temos um longo caminho à frente em termos de eficiência," disse a Dra. Bao. "Mas, com melhores materiais e com melhores técnicas de processamento, nós esperamos que essa eficiência suba dramaticamente."