Com informações do ESO - 10/07/2013
Útero estelar
O telescópio móvel ALMA acaba de brindar os astrônomos com a melhor vista de uma estrela gigantesca que está se formando no meio de uma nuvem de poeira cósmica.
Os dados mostram que esse "útero estelar" tem cerca de 500 vezes a massa solar - o maior já descoberto na Via Láctea, e ainda em fase de crescimento. A estrela embrionária está nascendo sugando o material da nuvem.
E as observações indicam que nascerá um bebê enorme: pelos dados da nuvem, a estrela será muito brilhante, com uma massa que poderá atingir 100 massas solares.
A estrela em gestação está localizada a cerca de 11.000 anos-luz de distância, em uma nuvem conhecida como Nuvem Escura de Spitzer.
Teorias para a formação de estrelas
A equipe internacional de astrônomos utilizou o ALMA para fazer uma ecografia em micro-ondas, de modo a tentar ter uma ideia mais clara sobre a formação de uma estrela gigante, um processo que ainda é largamente um mistério para os cientistas.
Existem duas teorias para a formação de estrelas de massa muito elevada.
Uma sugere que a nuvem escura progenitora se fragmenta, criando vários núcleos pequenos que colapsam por si próprios, eventualmente formando estrelas.
A outra é mais dramática: uma nuvem inteira começa a colapsar, não se sabe por quê, com o material deslocando-se rapidamente para o centro da nuvem, criando nessa região uma ou mais estrelas de massa muito elevada.
Os novos dados mostram uma rede de filamentos de gás e poeira deslocando-se para a região central da nuvem, onde a estrela está se formando, apoiando fortemente a teoria do colapso da nuvem para a formação das estrelas de grande massa.
Os astrônomos usam a expressão "estrelas de grande massa" para se referir às estrelas que têm 10 ou mais massas solares. É uma referência à massa da estrela e não ao seu tamanho.