Frank Summers - 15/07/2009
Em Maio deste ano, os astronautas a bordo do ônibus espacial Atlantis fizeram uma recauchutagem completa no Telescópio Espacial Hubble (veja Hubble está pronto para desvendar novas fronteiras do Universo).
Durante cinco caminhadas espaciais, os astronautas substituíram, consertaram e reinstalaram equipamentos. Cada item da lista programada foi completado com sucesso.
Mas, até agora, nenhuma imagem foi produzida pelo "Novo Hubble". Por que a demora?
Checagem prévia
Cientistas e fãs da astronomia terão que segurar a ansiedade. Depois do conserto, começou uma etapa da missão chamada SMOV - Servicing Mission Observatory Verification: verificação da missão de serviço do observatório, onde observatório se refere ao Hubble.
A etapa SMOV é um longo processo que envolve ligar e testar o funcionamento de cada um dos aparelhos novos ou consertados. Tão longo que não deverá terminar antes de Setembro de 2009.
Desintoxicação química
São três as razões principais para a demora: a "desintoxicação química", a alta tensão e a calibração.
Todos os materiais têm o que os químicos chamam de "pressão de vapor". Eles liberam átomos e moléculas, embora geralmente em quantidades muito pequenas em comparação com a densidade do ar na Terra. Entretanto, quando esses materiais são levados para o vácuo do espaço, essa pressão de vapor se torna significativa.
Desintoxicação química é o período durante o qual a pressão do vapor dos materiais usados nos novos equipamentos diminui lentamente e se ajusta ao ambiente espacial.
Uma das razões pelas quais a desintoxicação química é importante é porque os instrumentos são alimentados por altas tensões. Os gases liberados podem conduzir eletricidade e provocar um curto. A tensão é lentamente elevada em pequenos incrementos e a resposta dos circuitos é checada cuidadosamente em cada estágio.
Calibração dos equipamentos
Mesmo quando os instrumentos estão operacionais, a calibração é entediante. Cada parte de cada sensor deve ser testada e sua resposta inteiramente verificada. Para a ciência, é extremamente importante conhecer a sensibilidade de cada instrumento e as variações e anomalias presentes nos dados coletados.
Em termos resumidos, precisamos saber quais sinais podem ser atribuídos ao funcionamento dos próprios instrumentos científicos para descobrir quais sinais vêm dos objetos que observamos ao redor do Universo.
Somente quando os instrumentos estiverem totalmente operacionais a NASA estará pronta para liberar as primeiras observações iniciais. O que todos esperamos, com razão, é que sejam incríveis novas visualizações de nebulosas e galáxias, como nunca vistas antes.
Mas teremos que esperar até que o SMOV cumpra seu delicado trabalho. Se as tarefas prosseguirem conforme o programado, poderemos ver as primeiras imagens do novo Hubble no início de Setembro, talvez até antes da primavera chegar.