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Pontos brilhantes de Ceres podem ser sais

Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/12/2015

Pontos brilhantes de Ceres podem ser sair sais
Os pontos brilhantes refletem até 60% da luz solar, enquanto o restante de Ceres reflete apenas 9%.
[Imagem: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA]

Possivelmente sais

A equipe da missão Dawn, da NASA, apresentou a primeira teoria para tentar explicar os até agora inexplicáveis pontos brilhantes no planeta anão Ceres.

Nos primeiros dois artigos científicos relatando os resultados coletados pela sonda, publicados pela revista Nature, a equipe afirma que "os pontos brilhantes de Ceres são provavelmente sal".

Misturado com esse sal devem haver pedaços de rocha e água congelada. Quando a luz solar atinge a mistura, o gelo sublima-se e sobe na forma de uma neblina. Essa hipótese é baseada no estudo de duas crateras de Ceres onde aparecem os pontos mais brilhantes.

Mas os cientistas destacam que ainda não têm uma hipótese para a interligação entre sal, gelo e névoa. "Nós ainda não temos o quadro completo," reconheceu Andreas Nathues, do Instituto Max Planck, na Alemanha, e primeiro autor de um dos artigos.

Pontos brilhantes

A ideia é que Ceres deve ter uma estrutura em camadas, com um interior rico em sal e gelo, que emergem por algum processo criovulcânico ou similar - há indícios de vulcões de gelo em Plutão e em uma das luas de Saturno, Titã.

A sonda Dawn já mapeou pelo menos 130 pontos brilhantes, a maioria deles - mas não todos - dentro de crateras. Os dois mais brilhantes estão na cratera de Occator, com 90,5 km de diâmetro, e de Oxo, com 10 km de diâmetro. Enquanto a reflexividade da superfície de Ceres fica por volta de 9%, o centro desses pontos brilhante chega a refletir 60% da luz que incide sobre eles.

O que dificulta o trabalho da equipe é que a sonda Dawn só visualizou a névoa acima das crateras uma vez, e não conseguirá repetir a observação porque ela dependia de uma inclinação em relação à superfície do planeta anão que só foi possível quando a sonda se aproximava para entrar em órbita.

A hipótese é que a névoa se forma provavelmente quando a luz solar aquece a superfície, fazendo o gelo sublimar e carregando partículas de gelo e poeira para cima. Quando a superfície esfria, a sublimação cessa e a neblina desaparece.

Migração planetária

A sonda Dawn identificou também argilas (filossilicatos) ricas em amônia, o que foi descrito em um segundo artigo. A amônia é mais comum nas bordas externas e extremamente frias do Sistema Solar do que no cinturão de asteroides, onde está Ceres.

Por causa disso, a equipe levantou a hipótese de que Ceres pode ter-se formado lá pelas cercanias de Netuno e depois migrado para a zona mais interna do Sistema Solar onde se encontra agora.

Antes de chegar a Ceres, a sonda Dawn passou pelo asteroide Vesta, onde ficou entre 2011 e 2012.

Bibliografia:

Artigo: Sublimation in bright spots on (1) Ceres
Autores: A. Nathues et al.
Revista: Nature
Vol.: 528, 237-240
DOI: 10.1038/nature15754

Artigo: Ammoniated phyllosilicates with a likely outer Solar System origin on (1) Ceres
Autores: M. C. De Sanctis et al.
Revista: Nature
Vol.: 528, 241-244
DOI: 10.1038/nature16172
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