Com informações da BBC - 05/09/2016
Surpresas de Júpiter
Os astrônomos da NASA tiveram uma surpresa ao ver as primeiras imagens dos polos de Júpiter feitas pela sonda espacial Juno, que passou a orbitar o planeta em julho.
"Conseguimos ver pela primeira vez o polo Norte de Júpiter, e ele não se parece com nada que jamais vimos ou imaginamos. É mais azul nesse local do que em outras partes do planeta, e há muitas tempestades," disse Scott Bolton, do Instituto de Pesquisa de Southwest e pesquisador principal da missão.
Os dados foram capturados pela Juno no último fim de semana, quando conseguiu pela primeira vez chegar mais perto do planeta desde que entrou na órbita dele, há dois meses. O sobrevoo fez a sonda ficar a apenas 4,2 mil quilômetros acima da atmosfera multicolorida de Júpiter.
As imagens inéditas mostram em detalhes o turbilhão de nuvens do gigante de gás em ambos os polos de Júpiter - nenhuma missão anterior havia conseguido registrar fotos tão precisas.
"Não há sinais das faixas latitudinais e dos cinturões que estamos acostumados a ver - é difícil de reconhecer Júpiter pelas imagens. O que estamos vendo são sinais de que as nuvens têm sombras, possivelmente um indicativo de que elas estão em altitude maior do que outros elementos," acrescentou Bolton.
Estudo sobre Júpiter
Um dos instrumentos da sonda Juno, uma espécie de câmera de infravermelho, conseguiu visões únicas da aurora do sul do planeta. Alguns telescópios na Terra já haviam tentando capturar essas imagens, sem sucesso.
Outro aparelho, que registra ondas sonoras, capturou a nevasca das partículas se movendo através do forte campo magnético do planeta.
Os demais instrumentos da sonda agora se voltarão para as muitas camadas de Júpiter para medir a composição, temperatura, movimentos e suas propriedades.
Esses dados devem finalmente identificar se Júpiter tem um centro sólido ou se o gás simplesmente é comprimido a um estado ainda mais denso no centro do planeta. Além disso, a sonda deve oferecer novas pistas sobre a Grande Mancha Vermelha - a tempestade colossal que assola Júpiter há centenas de anos. Juno deve nos mostrar quão profundas são suas raízes.
Sonda Juno
A espaçonave está atualmente voando em elipse ao redor de Júpiter em um trajeto que dura 53 dias. A próxima aproximação será no dia 19 de outubro, quando a sonda dará ignição no seu motor principal para encurtar esse tempo para somente 14 dias.
Essa será então a configuração até fevereiro de 2018, quando a sonda chegará ao final de sua missão e receberá um comando para fazer um mergulho autodestrutivo na atmosfera de Júpiter.
Até lá, os especialistas esperam ter construído um conjunto formidável de dados para ajudar a responder as perguntas mais difíceis sobre o planeta e, por decorrência, sobre as origens do Sistema Solar.
Júpiter
Veja um pouco do que se sabe sobre Júpiter - alguns desses fatos podem mudar com as novas informações da sonda Juno: