MCT - 30/07/2010
Modernização necessária
Os modelos de desenvolvimento da ciência e da tecnologia atuais devem ser revistos e atualizados e, mais que isso, ajustados para uma equação que tem agora como novo componente a variável da inovação.
A observação é da presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE/MCT), Lúcia Melo, feita na conferência Nova Geração de Política de Ciência, Tecnologia e Inovação, durante a 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Natal (RN).
Um manifesto internacional pedindo que a ciência e a tecnologia voltem-se para o desenvolvimento humano é a reportagem de destaque nesta semana aqui no Site Inovação Tecnológica.
Modelos de política científica e tecnológica
Lúcia disse que diversos estudos sobre os modelos de política científica e tecnológica mostram que houve uma alteração marcante nesse tema nos últimos 50 anos e que "a maioria dos modelos dos vários países praticamente mudou ou está em alteração", frisou Lúcia.
Esses estudos indicam também que há uma nova geografia global no que diz respeito à ciência, tecnologia e inovação. As análises indicam que há um declínio daquelas atividades em países desenvolvidos, com linha mais acentuada nos Estados Unidos, enquanto existe uma ascensão nos países em desenvolvimento, com predomínio da China.
Lúcia destacou que assim como os Estados Unidos já buscam outros paradigmas para a retomada do desenvolvimento da C,T&I, o Brasil "também precisa pensar fortemente o futuro e de maneira rápida, como exige a situação global e o próprio desenvolvimento do País".
Equipes multidisciplinares
Entre os pontos destacados pela pesquisadora para esse novo pensar sobre a política de ciência para o Brasil, Lúcia relacionou o fato de que "essas políticas devem olhar para a geração de riqueza e, consequentemente, para o bem-estar social", apontou.
Ela vê também a necessidades de se agrupar cada vez mais as equipes de pesquisa "que a cada dia se tornam mais multidisciplinares" e, nesse sentido, pensa que é preciso que as universidades também desenhem modelos para se adequar a essa realidade.
Uma outra observação da presidente do CGEE para esse tema é "que hoje a geração de conhecimento e sua aplicação estão cada vez mais rápida, então as políticas de C,T&I precisam também acompanhar essa realidade, caso contrário podemos emperrar o processo para um futuro cada vez mais presente", ressaltou.