Com informações da Universidade de Nottingham - 16/06/2020
Limite Copernicano Astrobiológico
A técnica mais conhecida para calcular a probabilidade da existência de civilizações extraterrestres é a chamada Equação de Drake, que vem sendo refinada desde que o astrônomo Frank Drake a idealizou, em 1961.
Dois astrofísicos da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, acabam de idealizar uma nova abordagem para o problema.
Usando a suposição de que vida inteligente se forma em outros planetas de maneira semelhante ao que aconteceu na Terra, os pesquisadores obtiveram uma estimativa do número de civilizações inteligentes na Via Láctea com capacidade de se comunicar conosco.
Eles calculam que pode haver pelo menos 36 civilizações inteligentes em comunicação ativa em nossa galáxia.
"Deve haver pelo menos algumas dúzias de civilizações ativas em nossa galáxia, sob a suposição de que leva 5 bilhões de anos para que a vida inteligente se forme em outros planetas, assim como se formou na Terra. A ideia é olhar para a evolução, mas em uma escala cósmica. Nós chamamos esse cálculo de 'Limite Copernicano Astrobiológico'," explicou o professor Christopher Conselice.
"O método clássico para estimar o número de civilizações inteligentes se baseia em fazer conjecturas sobre valores relacionados à vida, sendo que as opiniões sobre essas questões variam substancialmente. Nosso novo estudo simplifica essas suposições usando novos dados, dando-nos uma estimativa sólida do número de civilizações na nossa galáxia.
"Os dois limites astrobiológicos copernicanos são que a vida inteligente se forma em menos de 5 bilhões de anos, ou após cerca de 5 bilhões de anos - de modo semelhante à Terra, onde uma civilização comunicante se formou após 4,5 bilhões de anos. Nos critérios fortes, segundo os quais é necessário um conteúdo metálico igual ao do Sol (o Sol é relativamente rico em metais), nós calculamos que deve haver cerca de 36 civilizações ativas em nossa galáxia,", acrescentou o pesquisador Tom Westby.
Nosso futuro e nosso destino
Os dados obtidos pelos dois pesquisadores mostram que o número de civilizações inteligentes depende fortemente de quanto tempo elas estejam ativamente enviando sinais de sua existência rumo ao espaço, como transmissões de rádio, satélites, televisão etc.
Se outras civilizações tecnológicas durarem tanto quanto a nossa, atualmente com 100 anos, deve haver cerca de 36 civilizações técnicas inteligentes atualmente em toda a nossa galáxia.
Contudo, a distância média a essas civilizações seria de 17.000 anos-luz, o que dificulta muito a detecção e a comunicação com elas usando nossa tecnologia atual. Também é possível que sejamos a única civilização dentro de nossa galáxia, a menos que os tempos de sobrevivência de civilizações como a nossa sejam longos.
"Nossa nova pesquisa sugere que a busca por civilizações inteligentes extraterrestres não apenas revela a existência de como a vida se forma, mas também nos dá pistas de quanto tempo nossa própria civilização vai durar. Se acharmos que a vida inteligente é comum, então isso revelaria que nossa civilização pode existir por muito mais do que algumas centenas de anos, ou, se acharmos que não há civilizações ativas em nossa galáxia, isso é um mau sinal para nossa própria existência a longo prazo. Ao pesquisar vidas extraterrestres inteligentes - mesmo que não encontremos nada - estamos descobrindo nosso próprio futuro e destino," disse o professor Conselice.