Redação do Site Inovação Tecnológica - 02/08/2013
Há poucos dias, pesquisadores sul-coreanos sintetizaram um catalisador à base de nanotubos de carbono que permite substituir a cara platina em células a combustível.
Agora, pesquisadores dinamarqueses defendem que pode não ser a hora de dispensar a platina: basta fazê-la render muito mais, o que significa utilizar uma quantidade menor do metal precioso em cada célula.
A nova técnica permitiu reduzir a quantidade de platina para apenas 20% do que é utilizado normalmente.
Platina
As células a combustível podem ser alimentadas por vários combustíveis, entre eles o hidrogênio, gerando eletricidade diretamente, sem partes móveis, e liberando apenas água como resíduo.
Dois desafios impedem que elas sejam amplamente utilizadas: a alta temperatura de funcionamento e o custo, que é elevado principalmente pelo uso do catalisador de platina.
A platina é um dos elementos mais raros na Terra. A maior parte é encontrada na África do Sul, responsável por 80% da produção mundial. A Rússia extrai outros 10%, e o restante é gerado como subproduto da mineração de ouro em outros países.
Em 2012, a produção mundial de platina foi de 179 toneladas - para comparação a produção mundial de ouro foi de 2.700 toneladas no mesmo ano. É por isso que a platina é mais cara do que o ouro.
8 amperes por miligrama
As células de combustível produzem eletricidade submetendo o hidrogênio e o oxigênio a uma reação catalítica, na qual o catalisador é a platina.
O melhor efeito é conseguido fazendo os gases fluírem através de uma película de platina, mas isso requer quantidades enorme do metal. Por isso, as células a combustível modernas são feitas com nanopartículas de platina.
O que os pesquisadores demonstraram agora é que essas nanopartículas podem ser usadas de forma muito mais eficiente se forem dispostas de forma precisa, controlando-se a distância entre cada nanopartícula individual.
As células a combustível comercializadas hoje produzem cerca de 1 ampere para cada miligrama de platina. Os pesquisadores conseguiram produzir 8 amperes com o mesmo miligrama do metal.
"No laboratório nós demonstramos que podemos gerar a mesma quantidade de eletricidade com apenas um quinto da platina. Não esperamos ter resultados tão bons em uma situação real, mas uma redução acentuada na quantidade de platina é certamente algo realístico. E isso resultará em um enorme ganho financeiro," disse Matthias Arenz, da Universidade de Copenhague.
O próximo passo é escalonar a técnica, desenvolvendo uma forma de aglomerar o catalisador, como feito no laboratório, em escala industrial.