Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/07/2023
Plástico compostável
O principal caminho para evitar a pegada ambiental dos plásticos está na fabricação dos bioplásticos, que se degradam no ambiente, evitando a formação dos danosos microplásticos, que podem perdurar por muito tempo na natureza.
Mas a maioria dos bioplásticos desenvolvidos até agora não consegue se degradar em condições de compostagem comum, devendo ser processados em instalações especializadas, que podem demorar ou não estarem acessíveis em todas as regiões.
Por isso, Hareesh Iyer e seus colegas da Universidade de Washington, nos EUA, se propuseram a desenvolver um bioplástico que de fato se degradasse se fosse meramente "atirado no quintal".
O resultado não poderia ser melhor: O bioplástico produzido pela equipe degradou na mesma escala de tempo que uma casca de banana deixada em uma caixa de compostagem do tipo doméstica.
Os bioplásticos foram feitos inteiramente de células de cianobactérias verde-azuladas em pó, também conhecidas como espirulina. O pó de espirulina foi moldado sob pressão e calor em várias formas, a mesma técnica de processamento usada para criar plásticos convencionais, conhecida como extrusão.
Os bioplásticos apresentaram propriedades mecânicas comparáveis às dos plásticos derivados do petróleo de uso único, ou descartáveis.
Bioplástico de espirulina
Os pesquisadores optaram por usar a espirulina para fazer seus bioplásticos por vários motivos. Ela pode ser cultivada em larga escala, já é utilizada em vários alimentos e cosméticos e, além disso, as células de espirulina sequestram dióxido de carbono à medida que crescem, tornando essa biomassa uma matéria-prima neutra em carbono ou potencialmente negativa em carbono.
Outros pesquisadores já usaram espirulina para criar bioplásticos, mas estes desenvolvidos agora ficaram muito mais fortes e rígidos graças a uma otimização da microestrutura, o que foi feito melhorando as condições de processamento - como temperatura, pressão e tempo na extrusora, ou prensa a quente.
"Os bioplásticos que desenvolvemos, usando apenas espirulina, não apenas têm um perfil de degradação semelhante ao do lixo orgânico, mas também são, em média, 10 vezes mais fortes e rígidos do que os bioplásticos de espirulina relatados anteriormente. Essas propriedades abrem novas possibilidades para a aplicação prática de plásticos à base de espirulina em vários setores, incluindo embalagens de alimentos descartáveis ou plásticos domésticos, como garrafas ou bandejas," disse a professora Eleftheria Roumeli, coordenadora da equipe.
Mas estes bioplásticos ainda não estão prontos para ir ao mercado porque não se dão bem com água, que é o próximo desafio que a equipe pretende vencer.