Redação do Site Inovação Tecnológica - 08/04/2009
Uma super refinada e poderosa técnica de processamento de imagens está permitindo que os astrônomos descubram novos planetas extrassolares nos arquivos das observações feitas pelo Telescópio Espacial Hubble ao longo dos últimos 10 anos.
Planeta arquivado
A técnica foi demonstrada pelo seu criador, o professor David Lafreniere, da Universidade de Toronto, no Canadá, permitindo que ele revelasse um exoplaneta gigante escondido nos arquivos das observações feitas em 1998 pela câmera NICMOS do Hubble (NICMOS - Near Infrared Camera and Multi-Object Spectrometer: câmera de infravermelho próximo e espectrômetro de multiobjetos).
O planeta encontrado nos dados de 1998 não era mais desconhecido. Ele já havia sido localizado por meio de imagens dos Telescópios Keck e Gemini, em 2007 e 2008.
Ainda melhor, porque a localização de um exoplaneta cuja existência já foi verificada por outros meios é importante para a validação da nova técnica de processamento de imagens.
Arquivos valiosos
A descoberta também eleva muito o "valor das ações" dos arquivos do Telescópio Hubble, que já se imaginava conter dados valiosos ainda não estudados. Essa suspeita agora foi confirmada, com uma técnica efetiva, capaz de começar a extrair um pouco dessas informações arquivadas.
O exoplaneta redescoberto tem pelo menos 7 vezes a massa de Júpiter. Ele é o terceiro planeta de uma estrela jovem, conhecida como HR 8799, localizada a 130 anos-luz da Terra.
Coronagrafia
A nova técnica não consegue detectar os dois outros planetas mais internos a partir das imagens arquivadas porque o próprio instrumento NICMOS do Hubble não é capaz de enxergá-los em razão de um dispositivo (coronágrafo) que acaba interferindo com o brilho das estrelas para captar uma imagem melhor.
Ao interferir com a luz da estrela, o dispositivo elimina informações essenciais para a detecção dos planetas - os exoplanetas são detectados pela variação de luz que eles induzem no brilho de sua estrela quando transitam à sua frente.
Mesmo detectando apenas planetas que transitam fora da área de ação do coronágrafo, a técnica permite a descoberta de planetas 10 vezes menores do que era possível com o Hubble até hoje.