Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/11/2024
Gestação planetária
Não sabemos exatamente qual foi o período de gestação da Terra, mas temos boas estimativas, com os melhores cálculos indicando que levou de 10 a 20 milhões de anos para que nosso planeta se formasse.
Assim, esse tem sido nosso referencial para calcular o período de formação dos planetas rochosos, similares à Terra.
É por isso que está causando surpresa a descoberta feita por Madyson Barber e colegas da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA.
Barber descobriu um exoplaneta rochoso, chamado TIDYE-1, que tem apenas 3 milhões de anos de idade, uma indicação de que o período de gestação de um planeta pode ser muito menor do que se pensava.
"A astronomia nos ajuda a explorar nosso lugar no Universo - de onde viemos e para onde podemos estar indo. Descobrir planetas como este nos permite olhar para trás no tempo, vislumbrando a formação planetária enquanto ela acontece," disse Barber.
Com essa ideia em vista, a equipe tem como objetivo explorar como os planetas se formam e evoluem, com foco na identificação de planetas em vários estágios, para entender melhor esses processos.
Métrica cosmológica
Sendo o planeta em trânsito mais jovem conhecido, TIDYE-1b não apenas oferece uma janela única para o ambiente de um sistema planetário emergente, como também lança uma nova luz sobre as potenciais diferenças entre nosso Sistema Solar e sistemas que hospedam planetas gigantes próximos, como TIDYE-1b, fornecendo um contexto maior para nossa própria vizinhança cósmica.
Na verdade, embora o Sistema Solar ainda nos sirva como referencial, é incomum encontrar outros sistemas planetários como o nosso, no qual os planetas gigantes gasosos estão tão longe da estrela - esta ainda é uma questão em aberto no campo da formação planetária.
Outro elemento interessante da descoberta é que esse "planeta prematuro" ainda está dentro do seu disco natal de material, permitindo que os astrônomos estudem o processo de formação de perto. Na verdade, é possível que o TIDYE-1b ainda nem esteja totalmente formado: Ele pode estar crescendo por acreção de material ou, inversamente, pode estar perdendo sua atmosfera superior devido à influência de sua estrela hospedeira.
A equipe pretende a seguir analisar como a atmosfera do exoplaneta se compara ao material do disco ao redor, o que deverá fornecer informações sobre o estabelecimento de sua órbita - o planeta circula sua estrela a cada uma semana.