Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/07/2023
Espiral planetária
Braços em espiral parecem não ser uma exclusividade das galáxias.
Astrônomos descobriram um disco protoplanetário no qual nuvens de gás e poeira espalham-se ao redor da estrela jovem seguindo o mesmo padrão espiral.
Os discos protoplanetários, que são os locais de nascimento de novos planetas, são de grande interesse porque oferecem vislumbres de como o Sistema Solar pode ter sido em sua infância e de como os planetas podem se formar em geral.
A estrela está localizada a cerca de 500 anos-luz da Terra e tem apenas alguns milhões de anos - um embrião comparado ao nosso próprio Sol, que tem 4,6 bilhões de anos. Por isso, o sistema ainda possui um disco protoplanetário, uma vez que leva cerca de 10 milhões de anos para que os detritos circulantes sejam ejetados do sistema, ingeridos pela estrela ou gerem planetas, luas, asteroides e cometas.
O padrão espiral nos detritos está sendo gerado por um planeta que já nasceu, um planeta tão grande em relação ao sistema como um todo que sua gravidade conseguiu moldar todo o material que restou para a formação de seus irmãos mais novos.
Planeta mais vermelho há descoberto
Essa espiral na verdade foi descoberta em 2013, mas até agora só havia simulações teóricas associando-a com um planeta. A equipe finalmente conseguiu encontrar o planeta usando o Telescópio Binocular Gigante, que começou a operar em 2015 com o principal objetivo justamente de encontrar exoplanetas.
"Nosso estudo apresenta uma evidência sólida de que esses braços espirais são causados por planetas gigantes," disse Kevin Wagner, da Universidade do Arizona, nos EUA. "E, com o novo telescópio espacial James Webb, seremos capazes de testar e dar suporte a essa ideia procurando por mais planetas como o MWC 758c."
Embora as estimativas indiquem que o exoplaneta tenha pelo menos duas vezes a massa de Júpiter, ele era invisível aos outros telescópios por causa de sua inesperada cor vermelha - é o planeta mais vermelho já descoberto.
Comprimentos de onda mais longos são mais difíceis de detectar do que comprimentos de onda mais curtos por causa do brilho térmico da atmosfera da Terra e do próprio telescópio.
O Telescópio Binocular está entre os telescópios infravermelhos mais sensíveis já construídos e, devido ao seu tamanho maior, ele pode até superar o James Webb na detecção de planetas muito próximos de suas estrelas, como o MWC 758c.