Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/02/2013
Renovação
O azul egípcio, um pigmento que impressionou faraós e rainhas na antiguidade, pode se tornar a próxima onda na tecnologia das telecomunicações e da segurança, além de permitir a criação de uma nova geração de tintas.
O pigmento azul, usado há mais de 5.000 anos, está dando aos cientistas pistas para o desenvolvimento de novos nanomateriais.
Essas novas nanopartículas têm usos potenciais em equipamentos de imagens médicas, controles remotos para televisores, tintas de segurança e tecnologias de telecomunicações por fibra óptica.
Foi o que descobriram Darrah Johnson-McDaniel e seus colegas da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos.
Azul que emite vermelho
Os pesquisadores afirmam ter ficado surpresos ao verificar que o silicato de cobre e cálcio que forma o azul egípcio se divide em nanofolhas tão finas que milhares delas caberiam na largura de um fio de cabelo humano.
Mas a maior surpresa foi que essas nanofolhas emitem radiação infravermelha (IR), semelhante à usada para comunicação entre os controles remotos e as TVs e outros dispositivos de telecomunicações.
"O silicato de cobre e cálcio estabelece uma rota para uma nova classe de nanomateriais que são particularmente interessantes com vistas a equipamentos estado-da-arte, como imagens biomédicas usando infravermelho próximo, emissores de luz infravermelha (principalmente para uso em plataformas de telecomunicações) e novas formulações de tintas de seguranças," afirmam os pesquisadores em seu estudo.
"Desta forma, podemos repensar as aplicações de um antigo material através dos métodos tecnoquímicos modernos," concluem eles.
Azul egípcio
O azul egípcio é formado por partículas que são essencialmente um tipo de vidro - CaCuSi4O10 e SiO2 (sílica).
Os cientistas passaram a se interessar no estudo da propriedade de materiais muito finos principalmente depois da descoberta do grafeno, uma folha unidimensional de carbono que apresenta propriedades radicalmente diferentes do material em bruto.
O próximo passo da pesquisa é criar os primeiros protótipos de dispositivos baseados no pigmento azul que promete revolucionar a emissão de luz infravermelha.