Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/03/2023
Pele espacial
Defender-se dos rigores do espaço, com variações extremas de temperatura, radiação cósmica e micrometeoritos, tem exigido a construção de escudos fortes e grossos - e, portanto, pesados -, o que encarece muito as missões.
Mas a nanotecnologia está começando a cumprir suas promessas.
Pesquisadores da Universidade de Surrey, no Reino Unido, e da Airbus, criaram um revestimento ultrafino que eles batizaram de "pele espacial".
Trata-se de um revestimento em escala nanométrica para ajudar a proteger as cargas espaciais enquanto elas viajam pelo espaço, semelhante a uma roupa ultraleve e ultrafina, mas muito resistente.
Essa nanobarreira foi desenvolvida para proteger outro material estado da arte, as fibras de carbono, que têm amplas aplicações em terra, mas ainda não eram boas o suficiente para resistir às intempéries espaciais.
O revestimento consiste em uma estrutura de superrede altamente densa, aplicada às peças já prontas à temperatura ambiente, adicionando apenas cerca de 1 micrômetro de espessura, mantendo assim os materiais leves - superredes são padrões organizados e muito densos formados por diferentes elementos, um diamante de ouro, por exemplo, em contraposição à rede atômica de um cristal, formada por um único elemento.
A equipe comprovou que sua nanobarreira inovadora pode ajudar a aumentar drasticamente a estabilidade dos materiais de fibra de carbono, reduzindo os danos causados pela radiação cósmica.
"A blindagem de alumínio atual não é termicamente estável ou totalmente conforme e, portanto, geralmente indesejada para estruturas estáveis. Sem mencionar que a blindagem de alumínio contribui para a massa e o custo dos satélites. Nossa nanobarreira lida com esses problemas e é uma atualização promissora para o padrão da indústria, podendo se tornar um acessório chave para todas as estruturas espaciais e aeronáuticas móveis e estáticas," disse o professor Ravi Silva, coordenador do trabalho.