Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/09/2019
Pele artificial que sente dor
Pesquisadores coreanos criaram uma pele artificial para robôs, equipamentos médicos, próteses e até aparelhos eletrônicos que é capaz de "sentir dor" através de uma imitação da sensação do toque.
A chave para a inovação é uma mescla de sensores que permite medir pressão e temperatura simultaneamente.
Para isso, a equipe usou nanofios de óxido de zinco (ZnO), que foram aplicados como sensores táteis que geram sua própria energia, dispensando as baterias graças ao seu efeito piezoelétrico, em que um material gera sinais elétricos ao ser submetido a uma pressão.
O sensor de temperatura, por sua vez, usa o efeito Seebeck, um efeito termoelétrico marcado pela geração de uma tensão elétrica entre dois metais diferentes quando eles são colocados juntos e surge uma diferença de temperatura entre eles.
Ambos os sensores foram montados em um substrato flexível de poliimida, ao qual foram adicionados eletrodos. Esses eletrodos permitem medir o efeito piezoelétrico por pressão e o efeito Seebeck por mudança de temperatura ao mesmo tempo.
Para completar a pele artificial, uma técnica de processamento de sinais dá o veredito sobre a sensação de "dor" considerando o nível de pressão, a área estimulada e a temperatura.
Pele eletrônica psicossensorial
Como imita a dor, tanto pela pressão, quanto pela temperatura, a equipe coreana chama sua inovação de "pele eletrônica psicossensorial".
"Nós desenvolvemos uma tecnologia fundamental básica que pode efetivamente detectar dor, o que é necessário para o desenvolvimento de um sensor tátil futurístico. Uma conquista da convergência das pesquisas de especialistas em nanoengenharia, engenharia eletrônica, engenharia robótica e ciências do cérebro, ela terá amplas aplicações, em peles eletrônicas que detectam várias sensações, bem como [viabilizando] novas interações homem-máquina.
"Se os robôs também puderem sentir dor, nossa pesquisa expandirá ainda mais a tecnologia para controlar a tendência agressiva dos robôs (sic), que é um dos fatores de risco do desenvolvimento da inteligência artificial," ponderou o professor Jae Eun Jang, coordenador da equipe.