Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/09/2014
Dr. Sutiã
Já existem peles eletrônicas tão sensíveis quanto a pele humana, mas até agora todas as versões apresentadas eram apenas protótipos ainda sem a integração necessária para aplicações reais.
Chieu Nguyen e Ravi Saraf, da Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, decidiram então passar para a prática, vislumbrando uma aplicação onde a tecnologia pudesse fazer a diferença, e não apenas se tornasse um acessório.
Eles criaram então um módulo de pele eletrônica capaz de detectar sinais do câncer de mama de forma mais precisa do que o exame de toque, e mais simples e mais barato do que os exames tradicionais de ultra-som e ressonância magnética.
A pele eletrônica, que se amolda ao seio, "sente" os nódulos suspeitos no tecido mamário e gera imagens de alta qualidade.
Os testes mostraram que o dispositivo detecta nódulos que escapam ao exame de toque manual e mesmo a alguns exames clínicos - os testes foram feitos em modelos de seios de silicone.
Deficiências dos exames
Segundo os dois pesquisadores, a tecnologia tem potencial para salvar vidas, uma vez que encontrar um nódulo agressivo quando ele tem metade do tamanho detectável hoje pode aumentar a taxa de sobrevivência das pacientes em 94%.
"A mamografia é imperfeita, especialmente quando se trata de testar mulheres jovens ou mulheres com tecido mamário denso. Exames clínicos da mama realizados por profissionais médicos como etapa inicial de triagem são baratos, mas normalmente não encontram nódulos até que eles tenham 21 milímetros de comprimento," afirmam eles.
Além de detectar os nódulos, a pele eletrônica consegue produzir imagens de alta qualidade, o que não havia sido conseguido até agora com tecnologias similares.
O próximo passo, antes que a pele eletrônica chegue ao mercado, será testar o dispositivo em pacientes, aferindo sua eficácia em comparação com os exames tradicionais.