Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/11/2019
Pele artificial magnética
Que tal liberar seus poderes Jedi adormecidos e usar "a força" para abrir portas automáticas, acender luzes ou controlar qualquer outro aparelho?
Uma nova pele artificial magnética permite isso e ainda lhe dando um ar de superpoderes: Ela permite controlar remotamente portas e aparelhos com um movimento da mão ou mesmo com um piscar de olhos.
Flexível, leve e magnetizada, a pele foi projetada para ser usada como uma peça do vestuário - como uma parte do tecido ou como uma luva, por exemplo -, o que a torna útil em uma variedade de aplicações, tudo sem a necessidade de uma conexão com fios a outros dispositivos.
"As peles eletrônicas artificiais normalmente dependem de uma fonte de alimentação, de armazenamento de dados ou de uma rede de comunicação. Isso envolve baterias, fios, chips e antenas eletrônicas e torna as peles inconvenientes de usar. Nossa pele magnética não requer nada disso. É a primeira do seu tipo," disse Jurgen Kosel, da Universidade de Ciência e Tecnologia Rei Abdullah, na Arábia Saudita.
A pele artificial magnética é feita usando uma matriz polimérica biocompatível e ultraflexível, preenchida com micropartículas magnetizadas.
"Qualquer um pode iniciar seu próprio projeto de pele artificial após alguns minutos de treinamento, se tiver as ferramentas e os materiais. O processo de fabricação é barato e simples. Ela pode ser personalizada em qualquer formato e cor, tornando-a imperceptível ou até elegante," contou o pesquisador Abdullah Almansouri.
Usos e aplicações
A equipe testou seus protótipos para rastrear os movimentos dos olhos anexando-a a uma pálpebra e usando um sensor magnético de vários eixos. O movimento dos olhos alterou o campo magnético detectado pelo sensor quando a pálpebra era aberta e fechada.
Esse sensor, sugere a equipe, pode ser incorporado em armações de óculos ou máscaras de dormir ou aplicado como uma tatuagem eletrônica na testa. Os usos incluem interfaces humano-computador para pessoas com paralisia ou para jogos; para analisar padrões de sono; ou para monitorar condições oculares, como pálpebras caídas ou estado de alerta dos motoristas.
A equipe também anexou a pele artificial à ponta de uma luva de látex e colocou um sensor dentro de um interruptor de luz. Quando a pele magnética se aproxima do sensor - a uma distância que pode ser configurada - a luz liga ou desliga. Esta aplicação pode ser especialmente relevante em laboratórios e práticas médicas, onde é importante evitar o contato com superfícies devido a riscos de contaminação.
A equipe já está trabalhando em outras aplicações, incluindo uma cadeira de rodas controlada por gestos, uma interface humano-computador sem contato e para localização não invasiva de dispositivos biomédicos.