Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/03/2016
Espionagem sonora
Hackear uma impressora 3D pode ser tão simples quanto ligar o gravador do celular ao lado enquanto o equipamento está funcionando.
Mohammad Al Faruque e seus colegas da Universidade da Califórnia em Irvine, nos EUA, mostraram que basta o gravador de um celular para capturar os sinais acústicos que guardam todas as informações necessárias para isso.
Com a gravação do ruído do movimento e do bico injetor da impressora 3D é possível fazer uma engenharia reversa e recriar o mesmo objeto em outra impressora.
O programa de engenharia reversa criado pela equipe conseguiu quase 90% de precisão na duplicação de um objeto aleatório usando apenas a engenharia reversa acústica.
Fluxos de informação e fluxos de energia
"Meu grupo basicamente tropeçou nesta descoberta no verão passado quando estávamos tentando entender a relação entre os fluxos de informação e os fluxos de energia," contou o professor Al Faruque.
"De acordo com as leis fundamentais da física, a energia não é consumida; ela é convertida de uma forma para outra - energia eletromagnética para cinética, por exemplo. Algumas formas de energia são convertidas em formas significativas e úteis; outras tornam-se emissões, que podem inadvertidamente liberar informações secretas," acrescentou o pesquisador.
As emissões produzidas pelas impressoras 3D são sinais acústicos que contêm mais informação do que se imaginava.
Para aqueles mais preocupados com proteção intelectual e sigilo industrial, o pesquisador sugere que se comece a pensar em formas de amortecer os sinais acústicos das impressoras, eventualmente introduzindo ruídos aleatórios que possam evitar a engenharia reversa.
Ou proibir que alguém se aproxime do equipamento com um celular enquanto ele estiver funcionando.