Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/12/2017
Optoeletrônica sobre metal
Pesquisadores do Instituto ETH de Zurique, na Suíça, desenvolveram o primeiro componente optoeletrônico - que conecta sinais de luz a sinais eletrônicos -, que funciona sem nenhum elemento de vidro. Ele é todo feito de metal.
O componente, tecnicamente um modulador, converte os sinais eletrônicos manipulados pelos processadores e demais chips, em sinais ópticos, para serem transmitidos por fibra óptica.
Sem o vidro - sem lentes e sem espelhos -, o componente é menor e mais rápido do que os moduladores atuais, e muito mais fácil e mais barato de se fabricar.
Até recentemente, os cientistas diziam que os componentes ópticos para a microeletrônica precisavam ser feitos de vidro porque, nos metais, os dados ópticos podem propagar-se apenas por aproximadamente 100 micrômetros.
Masafumi Ayata pensou fora da caixa e constatou que eles não precisam propagar nem por essa distância se o serviço puder ser feito em um espaço menor. Ele então miniaturizou o componente, que mede apenas 3 x 36 micrômetros, logo, dentro da faixa de tamanho em que tanto a informação óptica como a elétrica podem se propagar nos metais.
Modulador optoeletrônico
O componente é um modulador: os moduladores convertem os sinais de dados elétricos em sinais ópticos. Eles estão presentes em todos os roteadores da internet e permitem as conexões de fibra óptica com os computadores nos centros de dados.
No entanto, o novo componente funciona de forma diferente.
Quando a luz de uma fibra óptica chega no modulador metálico, essa luz faz com que os elétrons em sua superfície oscilem - essa oscilação é conhecida como plásmon de superfície. Essa oscilação pode ser alterada indiretamente pelos pulsos que constituem os dados eletrônicos. Quando a oscilação é convertida de volta em luz, a informação elétrica fica codificada no sinal óptico. Isso significa que a informação é convertida de elétrica em óptica, podendo então ser transmitida por fibra óptica.
Como ficou muito pequeno, além das redes de dados, o novo componente poderá ser usado dentro dos computadores, permitindo substituir os fios que conectam os diversos chips na placa de circuito impresso por fibras ópticas.
Em última instância, também é concebível que os moduladores possam ser usados em telas e monitores - incluindo os dobráveis - e sensores ópticos, como os usados nos sistemas LIDAR dos carros autônomos - uma espécie de radar de luz -, para medição de distância.