Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/10/2013
LEDs que esticam
Você já deve estar acostumado com as promessas de telas de dobrar e enrolar, computadores de vestir e equipamentos eletrônicos flexíveis.
De fato, essa área emergente está prosseguindo firme, mas não tem conseguido demonstrar muito do seu potencial porque os aparelhos eletrônicos são formados por inúmeros componentes, e todos devem ser "flexibilizados" para que as promessas virem realidade.
Então talvez agora dê para colocar na agenda o lançamento das primeiras telas flexíveis.
Duas equipes, trabalhando de forma independente, acabam de relatar a fabricação de LEDs que são não apenas flexíveis, mas que podem ser esticados como elástico, sem parar de brilhar.
OLEDs flexíveis
Os LEDs são as unidades básicas da maioria das telas de TVs, computador, celulares e tablets fabricados hoje.
A equipe da Dra. Zhenan Bao, da Universidade de Stanford, continua centrando a atenção no desenvolvimento das peles artificiais - mais especificamente, das "peles eletrônicas" - mas isso acabou levando o grupo a um feito muito mais amplo.
Bao conseguiu incorporar LEDs feitos de polímeros - os chamados LEDs orgânicos, ou OLEDs - em sua matriz flexível.
Segundo a pesquisadora, a criação de OLEDs com alta flexibilidade por duas equipes diferentes significa que os primeiros equipamentos comerciais podem estar no horizonte.
"A eletrônica flexível e a optoeletrônica têm aplicações potenciais na geração de energia, na biomedicina, na robótica e nas telas," afirma a equipe.
OLEDs que esticam
Jiajie Liang e seus colegas da Universidade da Califórnia em Los Angeles também trabalharam com OLEDs.
Seu protótipo pode ser repetidamente esticado, dobrado e torcido, a temperatura ambiente, sempre voltando ao formato original - e sem parar de emitir luz em todo o processo.
O OLED fabricado pela equipe pode ser esticado 30% além do seu tamanho original e dobrado em 180 graus, tendo se mantido totalmente funcional por 1.000 ciclos de esticamento e relaxamento, sempre brilhando.
O protótipo suportou um esticamento de até duas vezes seu tamanho original, mas apresentou perda de eficiência.
Os OLEDs emitem luz graças a materiais eletroluminescentes feitos de uma espécie de plástico, o que explica sua flexibilidade. O grande desafio é tornar flexíveis os eletrodos, que levam energia até eles.
A solução encontrada foi usar malhas de nanofios de prata depositados sobre uma matriz de borracha, o que produziu eletrodos flexíveis e transparentes.
"Juntamente com o desenvolvimento dos transistores de película fina elásticos, acreditamos que as telas interativas de OLEDs totalmente esticáveis, tão finas quanto um papel de parede, serão feitas em um futuro próximo," estima o professor Qibing Pei, coordenador da equipe.