Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/01/2020
Recorde mundial de RPM
Em 2018, uma equipe dos EUA e outra da Suíça, trabalhando de forma independente, criaram os objetos rotativos mais rápidos do mundo, que estão ajudando a estudar a verdadeira natureza do vácuo quântico.
Esses estudos prometem agora ficar ainda mais precisos, uma vez que Jonghoon Ahn e seus colegas da Universidade Purdue, nos EUA, deram um upgrade no seu nanorrotor, que agora gira a impressionantes 300 bilhões de RPM (rotações por minuto), o que é meio milhão de vezes mais rápido do que uma broca de dentista.
O rotor, medindo 200 nanômetros (0,2 micrômetro), consiste em duas partículas de sílica unidas pelo centro, o que lhe dá um formato que lembra um haltere.
Ele não precisa de um eixo porque a nanopartícula é posta em levitação no vácuo por pinças ópticas. A seguir, outro laser é usado para fazer a partícula girar, transmitindo-lhe torque pela pressão de radiação da luz, o mesmo princípio que impulsiona as velas solares no espaço.
Detector de torque
Como recebe torque da luz, cuja potência pode ser cuidadosamente controlada, o próprio rotor se torna um detector de torque extremamente sensível - na verdade, o mais sensível já fabricado, sendo de 600 a 700 vezes melhor do que seus predecessores.
Isso permitirá que ele continue sendo usado para explorar os mistérios do vácuo. Ao contrário do que se pode imaginar, o vácuo está longe de ser algo vazio, estando repleto de partículas virtuais que emergem e decaem o tempo todo. Com sua sensibilidade, esta nova versão do objeto mais rápido do mundo permitirá detectar e medir o torque dessas partículas emergentes.
Em outras palavras, ele será usado para medir o atrito induzido pelo vácuo.
O nanodetector de torque também pode ser usado para medir efeitos relacionados, incluindo o efeito Casimir e o magnetismo em nanoescala, fenômenos essenciais para o desenvolvimento de dispositivos em nanoescala, como os NEMS, as nanomáquinas e os nanorrobôs.