Com informações do ESO - 25/01/2019
Morte de uma estrela
O tênue e efêmero brilho que emana da nebulosa planetária ESO 577-24 é de curta duração - cerca de 10.000 anos, ou seja, um piscar de olhos em termos astronômicos.
O telescópio VLT, no Chile, capturou esta concha resplandecente de gás ionizado, o último suspiro de uma estrela cujos restos podem ser vistos no centro da imagem. A gigante vermelha "morta" lançou as suas camadas exteriores para o espaço e, com isso, deu origem a uma anã branca muito quente e pequena. A concha da nebulosa planetária está em expansão, o que a torna cada vez mais tênue e fará com que eventualmente desapareça completamente.
A imagem desta nebulosa planetária foi obtida com o auxílio de um dos mais versáteis instrumentos do VLT, o FORS2. Este instrumento capturou a brilhante estrela central, Abell 36, assim como a nebulosa planetária que a rodeia.
A imagem também mostra um objeto muito mais próximo de nós, um asteroide passando pelo campo de visão do telescópio, deixando um leve traço embaixo e à esquerda da estrela central. Por trás da nebulosa, ao longe, podemos ver ainda uma quantidade de galáxias de fundo.
Gigantes vermelhas
As gigantes vermelhas são estrelas no final das suas vidas que já gastaram o hidrogênio dos seus núcleos e começaram a se contrair sob a enorme força da sua própria gravidade.
À medida que a gigante vermelha se contrai, a enorme pressão torna a reacender o núcleo da estrela, fazendo com que esta lance as suas camadas mais exteriores para o espaço sob a forma de um vento estelar.
O núcleo incandescente da estrela moribunda emite radiação ultravioleta suficientemente intensa para ionizar o material ejetado e fazê-lo brilhar. O resultado deste processo é o que chamamos uma nebulosa planetária - um último testamento fugaz a uma estrela anciã no final da sua vida.