Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/12/2024
Evolução sem vida
Sabemos que a evolução darwiniana atua sobre todas as formas de vida, mas estudos recentes têm apontado para a possibilidade de uma teoria universal da evolução, ou seja, que a evolução não seria exclusividade da vida.
A questão chave é: A evolução como lei natural emergiu depois que a vida surgiu, ou será que a evolução já atuava nos materiais não vivos que finalmente se juntaram para dar origem à vida?
Sijbren Otto e colegas da Universidade de Groningen, nos Países Baixos, estão oferecendo uma resposta positiva para essa segunda alternativa.
A equipe acredita ter obtido evidências experimentais de que os princípios-chave da evolução darwiniana, como a sobrevivência do mais apto, também se manifestam em sistemas simples não vivos.
O sistema pesquisado envolve apenas três moléculas autorreplicantes, diferentes entre si: Nas condições adequadas, essas moléculas se juntaram e se dividiram espontaneamente.
Quando a configuração experimental colocou as moléculas em uma condição na qual elas precisavam competir entre si - todas exigindo o mesmo elemento químico para crescer e se replicar - uma delas acabou superando as outras, o que pode ser interpretado como um exemplo de "sobrevivência do mais apto".
Por outro lado, quando as moléculas necessitavam de diferentes blocos de construção para crescer e se replicar, todas elas foram capazes de "sobreviver" e coexistir, o que se assemelha à forma como as espécies vivas coexistem em diferentes nichos ecológicos.
Evolução para a vida
Estes experimentos sugerem que os princípios básicos da evolução darwiniana podem atuar em materiais não vivos, sugerindo que a evolução seja anterior à vida. Isto não é uma novidade completa, reforçando trabalhos anteriores que defendem que a evolução darwiniana começou antes da própria vida.
"Este trabalho lança uma nova luz sobre como a vida pode ter surgido de materiais não vivos e marca um passo importante na síntese de novas formas de vida em laboratório," disse o professor Otto.
O próximo passo será investigar até onde a evolução darwiniana pode levar esses materiais não vivos.