Redação do Site Inovação Tecnológica - 12/09/2017
Espectroscopia mais varredura
Nasceu uma nova técnica de microscopia, batizada de PFIR (peak force infrared) - algo como microscopia infravermelha de pico de força.
A técnica é resultado de uma combinação da espectroscopia, que analisa as substâncias com base na sua emissão ou absorção de radiações eletromagnéticas, e microscopia de varredura por sonda, na verdade uma família de técnicas que fornece informações em escala atômica sobre a morfologia, dureza, condutividade, propriedades magnéticas etc.
Isso significa que, ao combinar as duas técnicas, torna-se possível obter, simultaneamente, informações químicas e mecânicas da amostra.
Por exemplo, a PFIR permite fazer uma imagem química confiável e um mapeamento mecânico simultâneo com uma resolução espacial de 10 nanômetros (nm) - outras observações permitem atingir resoluções de até 6 nm.
Materiais não-homogêneos
Umas das maiores vantagens da nova técnica é que o microscópio PFIR deverá ajudar a estudar fenômenos em escalas micro e nano em materiais não-homogêneos.
"Os materiais na natureza raramente são homogêneos. Os materiais poliméricos funcionais geralmente consistem em domínios em nanoescala que possuem tarefas específicas. As membranas celulares estão incorporadas a proteínas com dimensões na casa dos nanômetros. Defeitos em nanoescala dos materiais afetam suas propriedades mecânicas e químicas," contextualizou o professor Xiaoji Xu, da Universidade Lehigh, nos EUA.
"O microscópio PFIR representa um avanço fundamental que permitirá múltiplas inovações em áreas que vão desde o estudo de partículas de aerossol até a investigação de materiais heterogêneos e biológicos," complementou o pesquisador - as partículas de aerossol suspensas em gases, na atmosfera, por exemplo, desempenham um papel crucial na formação das nuvens e na poluição ambiental.
Vantagens e desvantagens
De acordo com a equipe, a PFIR apresenta várias vantagens em relação ao microscópio óptico de varredura de campo próximo (SNOM), o método atualmente utilizado para medir as propriedades dos materiais. Por exemplo, o PFIR obtém um espectro infravermelho mais completo e uma imagem mais nítida de uma variedade maior de materiais do que o SNOM.
O SNOM funciona bem com materiais inorgânicos, mas não obtém um sinal de infravermelho tão forte quanto a nova técnica a partir de materiais mais moles, como polímeros ou materiais biológicos.
Um inconveniente é que a nova técnica não trabalha com amostras líquidas.