Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/10/2015
Resistência diferencial negativa
A descoberta de um novo fenômeno promete impulsionar o desenvolvimento de nanocomponentes computacionais que estão na fronteira entre a miniaturização da eletrônica atual e o nascimento da computação quântica.
O fenômeno, batizado de "resistência diferencial negativa", foi identificado em pilhas de camadas atômicas de materiais promissores chamados metais de transição dicalcogenados (ou dicalcogenetos)- uma classe de materiais mais conhecida pela molibdenita, à qual pertencem o dissulfeto de molibdênio (MoS2) e o dissulfeto de tungstênio (WS2).
A resistência diferencial negativa é um fenômeno de transporte único, no qual os elétrons, devido à sua natureza de onda, tunelam - ou atravessam - camadas de materiais sólidos de diferentes resistências elétricas.
A expectativa é que esse tunelamento permita a construção de "transistores perfeitos" em camadas monoatômicas de molibdenita.
Picos e vales
Quando Yu-Chuan Lin e seus colegas da Universidade do Texas em Dallas começaram a medir a passagem da corrente elétrica através do sanduíche de dicalcogenetos, eles esperavam ver um gráfico mostrando uma subida constante da corrente.
Em vez disso, o que ocorre é um pico, logo seguido por um vale, revelando nada menos do que uma versão 2D - monoatômica - de um diodo de tunelamento. Esse diodo tanto pode vir a se tornar a metade de um nanotransístor, como um componente básico para a computação quântica.
E tudo funcionando a temperatura ambiente.
Além da medição do novo fenômeno, a grande vantagem é que as camadas empilhadas de molibdenita foram cultivadas de baixo para cima.
"Esta pesquisa é a primeira a demonstrar uma forma prática de fabricar componentes nanoeletrônicos com uma camada atômica por vez, em vez de empilhar mecanicamente as camadas," disse Moon Kim, membro da equipe.