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Astrônomos flagram antes e depois de explosão de estrela

Com informações da BBC - 21/08/2016

Nova: O antes e o depois da explosão de uma estrela
O antes e o depois da explosão foi estelar foram flagrados porque os astrônomos estavam fazendo um estudo de longo prazo sobre a matéria escura.
[Imagem: J. Skowron/Warsaw University Observatory]

Nova

Imagens raras capturadas por astrônomos revelam em detalhes os momentos antes, durante e depois da explosão nuclear de uma estrela.

Esse tipo de explosão nuclear é conhecida como "nova clássica" e acontece quando uma anã branca (estrela menor e menos brilhante que as comuns) suga o gás de um objeto celeste próximo - esse processo leva de 10 mil a 1 milhão de anos.

O fenômeno desse tipo mais conhecido é a "supernova", que, como seu nome indica, é uma explosão maior, gerada por uma estrela de maior massa.

Agora, uma equipe polonesa capturou uma nova a partir de um telescópio no Chile enquanto faziam uma pesquisa de longo prazo que inicialmente visava detectar matéria escura no Universo.

O fluxo de imagens consistentes registrado nesse projeto, batizado de Experimento de Lentes Ópticas Gravitacionais, permitiu que os pesquisadores vissem como o sistema de estrelas parecia antes da explosão, ocorrida em 2009.

Mesmo a uma distância de 20 mil anos-luz, com um ponto de luz fraco e pouco visível entre as estrelas mais brilhantes, as imagens ampliadas proporcionaram uma rara oportunidade para estudar o antes e depois de uma clássica explosão "nova".

"Graças às nossas observações de longo prazo, observou-se a nova alguns anos antes e alguns anos depois da explosão. Isso é muito incomum, porque geralmente essas explosões só costumam atrair a atenção quando são muito brilhantes e estão em erupção", explicou Przemek Mróz, o primeiro autor do estudo, do Observatório Astronômico da Universidade de Varsóvia.

Hibernação estelar

Nova: O antes e o depois da explosão de uma estrela

[Imagem: J. Skowron/Warsaw University Observatory]

Considerados eventos violentos, essas explosões ainda são pouco compreendidas. Elas acontecem quando uma anã branca, algo como um remanescente morto de uma estrela média como o nosso Sol, está travada em uma órbita estreita com uma estrela ativa regular - a órbita é tão estreita a ponto de serem necessárias apenas cinco horas para uma anã branca roubar o gás de sua companheira.

Essa matéria extra acumula-se na superfície da anã branca até que se inicie uma reação nuclear explosiva. Normalmente, essa explosão arranca apenas o material extra, deixando para trás a anã branca.

Mróz e seus colegas argumentam que seus resultados evidenciam um modelo de "hibernação" para uma explosão clássica "nova". Isso significa que, durante os intervalos entre as explosões, o sistema fica completamente escuro e a anã branca para completamente de "roubar" gás.

Esse modelo prevê uma transferência lenta e pulverizada da matéria entre as estrelas antes da explosão, e uma transferência relativamente rápida e brilhante depois - que é precisamente o que os pesquisadores poloneses acreditam ter capturado em imagens.

Esperar para ver melhor

Outros astrônomos estão menos convencidos das evidências que os pesquisadores alegam ter registrado, apesar de ressaltarem a importância dos dados.

"A coisa ainda está quente, não é algo consolidado. Ainda não sabemos o que o brilho de longo prazo vai ser após a explosão. Ainda estamos vendo o fim da explosão", comentou Christian Knigge, da Universidade de Southampton.

Knigge diz ainda que é possível medir o brilho e as condições antes da explosão e usar esses dados para elaborar um modelo de erupção: "Temos uma boa medida de quanto tempo demora a diminuir o brilho e vamos continuar acompanhando."

O professor, contudo, não acredita que esses dados vão transformar a teoria da explosão clássica nova: "Na minha opinião, é muito cedo para afirmar que este é um caso claro de um sistema de hibernação que agora entrou em erupção."

Bibliografia:

Artigo: The awakening of a classical nova from hibernation
Autores: Przemek Mróz, Andrzej Udalski, Pawel Pietrukowicz, Michal K. Szymanski, Igor Soszynski, Lukasz Wyrzykowski, Radoslaw Poleski, Szymon Kozlowski, Jan Skowron, Krzysztof Ulaczyk, Dorota Skowron, Michal Pawlak
Revista: Nature
DOI: 10.1038/nature19066
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