Fábio de Castro - Agência Fapesp - 29/07/2009
Como vocês conseguiram isso?
Em visita à sede da FAPESP nesta segunda-feira (27/7), o prefeito da cidade norte-americana de Indianápolis, Gregory Ballard, afirmou que vê o etanol brasileiro como um promissor aliado nos esforços dos Estados Unidos para a redução das emissões de dióxido de carbono.
Liderando uma comitiva que incluiu membros do governo e do setor privado local, Ballard se reuniu com o diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, com o objetivo de conhecer iniciativas no campo da pesquisa científica e tecnológica que levaram o Brasil a se tornar o primeiro país a ter um recurso renovável - a cana-de-açúcar - como segunda principal fonte de energia.
Emergente
Segundo Ballard, o pioneirismo brasileiro no uso de biocombustíveis em larga escala é um exemplo que deve ser seguido. A cana-de-açúcar é responsável por cerca de 16% de toda a energia usada no país, que é o segundo maior produtor de etanol do mundo - sendo que mais da metade dessa produção cabe ao Estado de São Paulo.
"Indianápolis tem um centro emergente para energias renováveis e nos interessa muito saber como o Brasil tem feito para se destacar nesse setor. E São Paulo é um ator muito importante no sucesso brasileiro no uso de bioenergia a partir do etanol", disse Ballard à Agência FAPESP.
Ballard se declarou receptivo sobre a possibilidade de inserir o uso do etanol brasileiro na capital do estado de Indiana. "Queremos combinar os esforços acadêmicos e industriais como foi feito no Brasil e tentar adaptar esse processo em Indianápolis, a fim de, como vocês, aprender a usar os recursos naturais para desenvolver o país com menos impacto para o meio ambiente. Ao mesmo tempo, estudamos como ampliar o uso do etanol brasileiro", destacou.
Etanol brasileiro na Fórmula Indy
De acordo com Ballard, parte dos 420 mil litros de combustível usados anualmente na competição automobilística da Fórmula Indy, em Indianápolis, consiste em etanol fornecido pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), sediada em Ribeirão Preto (SP).
Segundo Brito Cruz, o etanol de cana-de-açúcar feito no Brasil não concorreria com uma eventual produção de etanol celulósico. "Só optamos pelo etanol da cana-de-açúcar porque ele atualmente é mais fácil de produzir. A produção de cana-de-açúcar do Estado de São Paulo disponibiliza imensas quantidades de celulose, que está na palha da cana. São alternativas complementares", disse.