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Nobel de Física 2020 premia teoria e observações de buracos negros

Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/10/2020

Nobel de Física 2020 premia teoria e observações de buracos negros
Observar uma mulher ganhando o Nobel de Física é quase tão difícil quanto observar buracos negros.
[Imagem: Niklas Elmehed/Nobel]

Nobel para uma mulher

O Prêmio Nobel de Física de 2020 foi dividido meio a meio para duas pesquisas envolvendo os buracos negros - uma teórica e outra observacional.

O professor Roger Penrose, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, levou a metade do prêmio "pela descoberta de que a formação de buracos negros é uma previsão robusta da teoria geral da relatividade".

A outra metade do prêmio será dividida pelo professor Reinhard Genzel, do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre, na Alemanha, e pela professora Andrea Ghez, da Universidade da Califórnia, nos EUA, "pela descoberta de um objeto compacto supermassivo no centro da nossa galáxia".

Esta é apenas a quarta vez na história que uma mulher recebeu o Prêmio Nobel de Física.

Singularidade

Roger Penrose usou métodos matemáticos para provar que os buracos negros são uma consequência direta da teoria geral da relatividade de Albert Einstein.

O próprio Einstein não acreditava que buracos negros realmente existissem, entre outros porque a própria física "colapsa" no interior desses monstros que capturam tudo que entra neles, o que significa que as leis conhecidas da física não atuam na porção conhecida como "singularidade", a alma do buraco negro.

Em janeiro de 1965, dez anos após a morte de Einstein, Roger Penrose provou matematicamente que buracos negros realmente poderiam se formar e os descreveu em detalhes. Seu artigo inovador ainda é considerado a contribuição mais importante para a teoria geral da relatividade desde Einstein, embora a questão da singularidade seja um ponto de debate ainda não resolvido.

Um dos últimos trabalhos do físico Stephen Hawking propunha justamente que os buracos negros não existiriam no sentido que normalmente lhes é atribuído, "de onde nada pode escapar", o que poderia ajudar a excluir a singularidade das equações.

Mais recentemente, o próprio professor Penrose propôs que um buraco negro pode funcionar como uma usina descomunal de energia.

Sagitário A*

Reinhard Genzel e Andrea Ghez lideraram, cada um, um grupo de astrônomos que, desde o início dos anos 1990, se concentra em uma região chamada Sagitário A*, no centro da nossa galáxia.

As órbitas das estrelas mais brilhantes próximas ao meio da Via Láctea foram mapeadas com precisão crescente. As medidas desses dois grupos concordam, com ambos encontrando um objeto invisível extremamente pesado que puxa o amontoado de estrelas, fazendo-as correr em velocidades vertiginosas. Cerca de quatro milhões de massas solares estão reunidas em uma região não maior do que nosso Sistema Solar. Essa região é hoje amplamente conhecida como "buraco negro Sagitário A*".

Há poucos meses, a equipe do professor Genzel detectou uma estrela espiralando em torno do buraco negro, enquanto a equipe da professora Ghez identificou objetos estranhos no centro da Via Láctea que ainda não foram totalmente caracterizados.

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