Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/06/2017
Estrelas binárias
Depois das previsões teóricas sobre o Planeta Nove e o Planeta Dez, agora os astrônomos têm um novo alvo para seus telescópios: uma estrela gêmea do Sol.
Cientistas afirmam que é "quase praticamente certo" que o nosso Sol teve um gêmeo quando nasceu há 4,5 bilhões de anos - embora não seja um gêmeo idêntico.
Mais do que isso, o físico Steven Stahler, da Universidade da Califórnia em Berkeley, e Sarah Sadavoy, radioastrônoma do Observatório Astrofísico Smithsoniano, afirmam que praticamente todas as estrelas nascem aos pares - e muitas em ninhadas bem mais prolíficas.
Estrela gêmea do Sol
Muitas estrelas têm companheiras, incluindo nossa vizinha mais próximo, Alfa Centauro, um sistema trigêmeo. Os astrônomos têm procurado uma explicação para isso há muito tempo: Será que os sistemas de estrelas binárias e trinárias nasceram desse jeito? Ou será que uma estrela capturou a outra? As estrelas binárias podem se separar e se tornar estrelas solteiras?
Os astrônomos procuram uma eventual companheira para o nosso Sol há tanto tempo que essa estrela hipotética até já foi batizada: Nêmesis. Ela seria necessária para explicar um notável padrão nas quedas de cometas e asteroides sobre a Terra, incluindo aquele que supostamente exterminou os dinossauros. Esses corpos celestes caem na Terra em "ondas", que poderiam ser causadas pela aproximação de um corpo celeste de grande massa. Mas Nêmesis ainda não foi localizada.
A nova pista para a existência de Nêmesis veio do rastreamento por radiotelescópios de uma nuvem molecular gigante repleta de estrelas recém-formadas na constelação Perseus e de um modelo matemático que consegue explicar as observações de Perseus apenas se todas as estrelas parecidas com o Sol tiverem nascido com uma companheira.
"Nós rodamos uma série de modelos estatísticos para ver se poderíamos explicar as populações relativas de estrelas jovens solteiras e binárias de todas as separações na nuvem molecular Perseus e o único modelo que consegue reproduzir os dados é aquele no qual todas as estrelas se formam inicialmente como binários amplos. Esses sistemas, então, ou diminuem ou se separam dentro de um milhão de anos. Estamos dizendo, sim, provavelmente houve uma Nêmesis, há muito tempo," disse Stahler.
Estrela perdida
O termo "binário amplo" significa que as duas estrelas são separadas por mais de 500 unidades astronômicas, ou ua, equivalente à distância média entre o Sol e a Terra. Um companheiro binário amplo para o nosso Sol estaria 17 vezes mais longe da nossa estrela do que seu planeta mais distante conhecido até hoje, Netuno.
"A ideia de que muitas estrelas se formam com uma companheira já foi sugerida antes, mas a questão é: quantas?" comentou Sarah Sadavoy. "Com base em nosso modelo simples, afirmamos que quase todas as estrelas se formam com uma companheira. A nuvem de Perseus é geralmente considerada uma região típica de formação de estrelas de pequena massa, mas nosso modelo precisa ser verificado em outras nuvens".
Mas talvez os astrônomos não devam sair correndo em busca da irmã gêmea do Sol. Com base no modelo, a irmã do Sol provavelmente escapou e se encontra hoje misturada com todas as outras estrelas na nossa região da Via Láctea, sendo virtualmente impossível identificá-la. Se for assim, ela não seria a responsável pelas ondas de asteroides e cometas que caem periodicamente sobre a Terra.