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Nebulosa mostra rastros de um gato celeste imaginário

Com informações do ESO - 21/01/2010

Nebulosa mostra rastros de um gato celeste imaginário
A nebulosa aparece vermelha porque a radiação azul e verde é refratada e absorvida de modo mais eficiente pela matéria que se encontra entre a nebulosa e a Terra.
[Imagem: ESO]

Gato celeste

O Observatório Europeu do Sul (ESO), que possui alguns dos principais telescópios terrestres do mundo, acaba de divulgar uma nova imagem surpreendente de uma vasta nuvem conhecida como a Nebulosa Pata de Gato.

Esta complexa região de gás e poeira, onde inúmeras estrelas de grande massa estão a se formando, situa-se próximo do centro da Via Láctea, encontrando-se por isso bastante obscurecida por nuvens de poeira.

Poucos objetos no céu têm um nome tão apropriado como a Nebulosa Pata de Gato, uma nuvem de gás brilhante que se parece com uma marca de pata gigante de um gato celeste imaginário em passeio pelo Universo.

Herschel

O nome foi dado pelo astrônomo britânico John Herschel, que fez o primeiro registro da NGC 6334 em 1837, quando da sua estadia na África do Sul. Herschel hoje dá nome ao maior telescópio espacial do mundo.

Apesar de ter utilizado um dos maiores telescópios do mundo naquela época, Herschel parece ter observado apenas a parte mais brilhante da nuvem, o que nesta imagem corresponde à zona situada embaixo à esquerda.

Maior do que a Lua cheia

A NGC 6334 encontra-se a cerca de 5.500 anos-luz de distância da Terra, na direção da constelação do Escorpião, e cobre uma área do céu um pouco maior do que a Lua Cheia. A nuvem de gás tem um comprimento de cerca de 50 anos-luz.

A nebulosa aparece vermelha porque a radiação azul e verde é refratada e absorvida de modo mais eficiente pela matéria que se encontra entre a nebulosa e a Terra.

A luz vermelha é principalmente emitida por hidrogênio ionizado que brilha ante a intensa radiação vinda de estrelas quentes jovens.

Maternidade de estrelas

A NGC 6334 é uma das mais ativas maternidades de estrelas de grande massa da nossa Galáxia e tem sido estudada extensivamente pelos astrônomos.

A nebulosa esconde brilhantes estrelas azuis que acabaram de se formar - cada uma com cerca de dez vezes a massa do nosso Sol e formada nos últimos milhões de anos.

A região abriga ainda muitas estrelas bebês que estão "enterradas" profundamente na poeira, o que torna difícil o seu estudo. A Nebulosa Pata de Gato contém no total cerca de várias dezenas de milhares de estrelas.

Estrela vovó

Particularmente interessante é a bolha vermelha que se encontra na parte inferior direita da imagem.

É muito provavelmente ou uma estrela que está expelindo uma grande quantidade de matéria em alta velocidade à medida que se aproxima do final da sua vida, ou então é o resto de uma estrela que já explodiu.

A nova fotografia da Nebulosa Pata de Gato foi criada a partir de imagens obtidas com o instrumento Wide Field Imager (WFI), montado no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros, localizado no observatório de La Silla no Chile.

Foram combinadas imagens obtidas com os filtros azul, verde e vermelho, assim como com um filtro especial desenvolvido para captar a radiação emitida pelo hidrogênio brilhante.

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