Com informações da New Scientist - 01/08/2017
Nave para viagem interestelar
Quem pensava que enviar naves espaciais a outras estrelas estava mais para a ficção do que para a realidade está começando a reavaliar seus conceitos.
Pouco mais de um ano depois de lançar a ideia de enviar nanonaves do tamanho de cartões de crédito ao sistema Alfa Centauro, a iniciativa Starshot enviou seus primeiros protótipos ao espaço.
Um foguete lançado pela Índia colocou em órbita seis desses satélites em miniatura, batizados de Sprites (duendes ou fadas).
Dois deles foram anexados ao lado de outros satélites maiores: o satélite Latvian Venta, da Universidade Ventspils, da Letônia, e o satélite italiano Max Valier. Assim que as comunicações forem estabelecidas e testadas, o satélite Max Valier lançará os outros quatro Sprites para que eles possam orbitar por conta própria.
Até agora o satélite italiano tem apresentado problemas de comunicação, impedindo o prosseguimento do experimento, mas o primeiro Sprite já enviou seus sinais de forma autônoma.
Nave-chip
Cada Sprite consiste em uma placa de circuito impresso medindo 3,5 centímetros de cada lado e pesando quatro gramas. Apesar de serem minúsculos, os Sprites carregam vários instrumentos. Cada um tem um microprocessador, painéis solares, um magnetômetro, um giroscópio e um rádio para se comunicar com os pesquisadores em terra.
Cada nanossatélite custa apenas US$25 - sem contar o custo de lançamento -, o que poderá abrir novas formas de realizar experimentos de observação da Terra, até que eles estejam finalmente prontos para uma missão interestelar.
Para esse objetivo de longo prazo, cada Sprite será ligado a uma vela solar de um metro de diâmetro, compondo uma nave batizada de StarChip, um trocadilho em inglês entre starship (nave espacial) e um chip enviado a outra estrela.
Viagem interestelar
O projeto Starshot afirma que poderá fazer seus StarChips chegarem a Alfa Centauro em 20 anos, eventualmente fotografando o exoplaneta Próxima b, o mais próximo de nós que conhecemos.
Contudo, outros pesquisadores já demonstraram que, para uma missão que valha a pena, será necessário dar às nanonaves uma forma de brecar, o que poderá elevar o tempo da missão para mais de 60 anos.