Redação do Site Inovação Tecnológica - 12/12/2012
Nave de compósito
Os Estados Unidos lançaram nesta terça-feira a nave espacial militar não-tripulada X-37B, que foi ao espaço em seu terceira missão.
Uma espécie de ônibus espacial em miniatura, a espaçonave de quase 9 metros de comprimento e 4,5 metros de envergadura, subiu ao espaço no topo de um foguete Atlas V.
Embora o X-37B lembre muito um ônibus espacial, ele foi fabricado com materiais compósitos, que são mais leves do que o tradicional alumínio.
Ele também usa uma proteção térmica de nova geração.
Enquanto os ônibus espaciais eram protegidos na reentrada por ladrilhos de um material conhecido como carbono-carbono, o X-37B usa um sistema de peça única, feita com fibras refratárias endurecidas, chamadas TUFROC - toughened uni-piece fibrous refractory oxidation-resistant ceramic, algo como cerâmica fibrosa refratária de peça única resistente à oxidação endurecida.
Na verdade, são usados pequenos ladrilhos de sílica, que depois são recobertos com o material fibroso, que é finalmente endurecido.
A nave espiã também não possui hidráulica: todos os seus controles de voo, incluindo os freios de solo, usados no pouso, são acionados eletromecanicamente.
Recorde no espaço
O lançamento foi feito a partir do Cabo Canaveral, a bordo de um Atlas V, um foguete com uma enorme área de carga útil de 5 metros de diâmetro, fabricado pela United Launch Alliance - uma joint-venture entre a Boeing e a Lockheed Martin.
A missão é inteiramente militar, e não há previsão para sua duração.
O X-37B pode permanecer mais de um ano no espaço.
Este é o exemplar número 1, chamado OTV-1 (Orbital Test Vehicle). Ele foi ao espaço em 2010, permanecendo em órbita durante 220 dias.
O OTV-2, o segundo exemplar do ônibus espacial não tripulado construído pela Boeing, foi ao espaço em 2011, retornando ao solo em 16 de Junho, depois de 469 dias em órbita.
Para comparação, o voo mais longo de um ônibus espacial foi feito pelo Colúmbia, com duração de 17 dias e 15 horas. O recordista de voos totais, somando as diversas missões, foi o Discovery, com exatos 365 dias em órbita.
"O X-37B pode operar na órbita baixa da Terra, e então reentrar na atmosfera e pousar em piloto automático com o apertar de um botão," afirmou a Boeing em comunicado.