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Espaço

NASA quer desvendar camada secreta do Sol

Tony Phillips e Dauna Coulter - 29/09/2008

NASA quer desvendar camada secreta do Sol
Pontos quentes na superfície do Sol, observados em ultravioleta.
[Imagem: TRACE Project/NASA]

Em Abril do próximo ano, astrônomos da NASA terão pela primeira vez a oportunidade de observar por breves instantes - 8 minutos no total - uma camada secreta do Sol.

Região de transição do Sol

Os cientistas chamam essa camada secreta de "a região de transição." Neste ponto da atmosfera do Sol, a cerca de 500 quilômetros acima de sua superfície, os campos magnéticos superam a pressão da matéria e passam a controlar os gases que emanam da estrela.

É nesta região de transição que as labaredas solares explodem, onde os jatos de massa coronal começam sua jornada rumo à Terra e onde o vento solar é misteriosamente acelerado a milhões de km/h.

É, em resumo, o local de nascimento do clima espacial. E os pesquisadores acreditam que é hora de desvendar seus segredos.

Telescópio experimental

"No início do próximo ano, nós iremos lançar um telescópio experimental que pode medir os campos magnéticos na região de transição," explica Jonathan Cirtain, do Centro de Vôos Espaciais Marshall (MFSC, na sigla em inglês). Pesquisas anteriores mediram esses campos acima e abaixo da região de transição - mas nunca dentro dela. "Nós esperamos ser os primeiros," diz ele.

O nome do telescópio experimental é SUMI, uma abreviatura de Solar Ultraviolet Magnetograph Investigation. Ele foi desenvolvido por astrônomos e engenheiros do MSFC e seu lançamento está marcado para Abril de 2009, da localidade de White Sands, estado do Novo México.

Efeito Zeeman

O telescópio SUMI funciona com base do efeito Zeeman. O físico holandês Pieter Zeeman descobriu esse efeito no século XIX. Quando um tubo de vidro cheio de gás incandescente é mergulhado em um campo magnético, as linhas espectrais emitidas pelo gás são separadas em duas cores ligeiramente diferentes - quanto mais forte for o campo eletromagnético, maior será a separação. A mesma coisa acontece no Sol.

Medindo o hiato entre as cores, os astrônomos estimam a intensidade do campo magnético de um ponto no Sol. Além disso, medindo a polarização da linha de separação, os astrônomos podem descobrir a direção do campo magnético. Intensidade + direção = a qualquer coisa que você queira saber sobre um campo magnético!

8 minutos de pesquisas

Esse truque tem sido aplicado a milhares de pontos sobre a superfície solar, mas nunca à região de transição, situada a uma pequena distância da superfície.

E por que não?

"Simplesmente má sorte, realmente," diz Cirtain. "Os gases na região de transição não produzem linhas espectrais muito fortes que nós possamos ver em comprimentos de onda visíveis." Entretanto, eles produzem linhas no comprimento de onda ultravioleta, invisível da superfície da Terra.

O telescópio SUMI será lançado no nariz de um foguete Black Brant para um vôo suborbital que o levará a uma altitude de 300 km. "Nós estaremos acima de mais de 99,99% da atmosfera terrestre," diz Cirtain.

Depois de 68 segundos de vôo, as portas do compartimento de carga do foguete se abrirão, dando ao SUMI uma visão clara como cristal dos raios ultravioletas do Sol. "A partir desse momento, nós teremos apenas 8 minutos para trabalhar com ele. Nós iremos mirar uma região ativa e começar a coletar dados.".

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