Com informações da BBC - 10/04/2015
Vida fora da Terra
Existe vida fora da Terra? Aparentemente sim, e poderíamos descobrir sua existência na próxima década. Segundo a cientista-chefe da Nasa, Ellen Stofan, teremos registros de alienígenas que vivem em outros planetas até 2025.
Stofan acredita que serão encontrados sinais de vida fora da Terra em até 10 anos, e provas definitivas disso em até 20 anos.
"Nós sabemos onde procurar. Então sabemos como procurar", disse, em um debate transmitido na Nasa TV sobre a possibilidade de encontrar outros "mundos habitáveis". "Na maioria dos casos, nós temos a tecnologia e estamos no processo de implementá-la. Então acreditamos que estamos definitivamente no caminho certo para isso."
A agência já possui um grupo destinado a procurar sinais químicos de vida extraterrestre.
O que estamos procurando? E onde?
As primeiras descobertas de vida fora da Terra provavelmente estão mais perto do que imaginamos, mas não serão homenzinhos verdes em naves espaciais e, sim, alguma espécie de plâncton ou de alga.
Existe muita água no Sistema Solar. É quase certo que existam oceanos de água salgada sob as camadas superficiais geladas das luas Europa e Ganimedes, de Júpiter, assim como nas luas Encélado e Titã, de Saturno.
A água é mantida líquida pela gravidade intensa dos planetas gigantes onde as luas orbitam, que as deforma e contribui para o aquecimento de seus núcleos. Acredita-se que Encélado tenha atividade vulcânica nas profundezas de seu oceano, o que manteria a água aquecida a uma temperatura de 93º.
Acredita-se que todas as três luas têm mais água em seus oceanos do que todos os oceanos da Terra juntos. Ainda não é possível saber se há vida lá, mas são ótimos lugares para começar a procurar.
E o plano mais recente da agência norte-americana, anunciado no mês passado, envolve o envio de um submarino à lua Titã, de Saturno.
Vida vermelha
E também há Marte, é claro. É quase certo que o planeta vermelho teve oceanos algum dia, e há indícios sugerindo que ainda existe água escondida sob a superfície.
O robô Curiosity recentemente descobriu "moléculas orgânicas que contêm carbono". Isso significaria "blocos de construção da vida".
No entanto, água e moléculas não significam vida. O próximo robô que será lançado com direção à Marte em 2020 irá buscar sinais de que possa ter existido vida no planeta.
A Nasa também tem como objetivo enviar astronautas para Marte em 2030, um passo que cientistas como Ellen Stofan acreditam que será "chave" para procurar sinais de vida, porque mesmo com câmeras ultratecnológicas, encontrar fósseis usando o veículo é muito difícil - às vezes é preciso procurar embaixo da pedra, não nela em si.
"Sou uma geóloga Eu saio a campo e abro rochas para procurar por fósseis," disse Stofan durante a apresentação. "Isso é difícil de encontrar. Então eu acredito fortemente que será necessário, em algum momento, colocar humanos na superfície de Marte - geólogos, astrobiólogos, químicos - para buscar provas da existência de vida que eles possam trazer de volta para a Terra para cientistas analisarem."
Europa e além
A Nasa também está planejando uma missão para a Europa, uma das luas de Júpiter, que deverá ser lançada em 2022.
O principal objetivo dessa missão, que custará cerca de US$ 2,1 bilhões (R$ 6,4 bilhões), é estudar se a lua congelada tem potencial habitável e, ao fazer isso, procurar também sinais de vida nas nuvens de vapor de água que aparentemente irrompem do polo sul de Europa.
E a vida em torno de outras estrelas? O telescópio espacial James Webb, que será lançado em 2018 e custará US$ 8,8 bilhões (R$ 26,8 bilhões), é tão poderoso que poderá analisar gases na atmosfera de planetas em volta de outras estrelas, buscando sinais de vida.