Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/06/2015
Empreendimento imaginativo
A NASA selecionou seis conceitos para serem estudados durante um projeto de dois anos, como parte de um "empreendimento imaginativo".
A esperança é que essas ideias - criativas, mas cujas possibilidades de execução ainda não foram verificadas - levem a algo "verdadeiramente histórico".
A palavra de ordem, segundo a agência norte-americana, é "transformativo", algo que possa ajudar a superar os maiores desafios na aviação relacionados ao uso de combustível, preservação do meio ambiente e gestão do crescimento do tráfego aéreo global.
A NASA reconhece que é possível que, após os estudos, os pesquisadores descubram que, por qualquer razão - tecnologia, custo, leis da física - a resposta seja "Não, isto não é viável. Pelo menos não agora."
"Será que o fracasso é uma opção? Depende da sua definição de fracasso. Nós vamos fazer as perguntas e ver se essas ideias são viáveis ou não. Pode ser que simplesmente não sejam viáveis, mas então tudo bem," disse Doug Rohn, gerente da NASA para o "Programa Conceitos Aeronáuticos Transformativos".
Veja abaixo as seis ideias que, com sorte, poderão mostrar-se viáveis no futuro.
Estruturas multifuncionais com armazenamento de energia
Um dos desafios para a propulsão elétrica de aviões é a massa (volume e peso) das baterias que devem ser transportadas dentro da aeronave.
Mas, e se a própria estrutura da aeronave pudesse servir como bateria? Os avanços em materiais, química e nanotecnologia podem, de alguma maneira, tornar isso possível.
Na verdade, usar a lataria de automóveis como bateria é um conceito que vem sendo pesquisado há algum tempo. O desafio é tornar tudo leve e seguro o suficiente para o uso em aviões.
Propulsão híbrida-elétrica de alta tensão
Outro desafio na implementação da propulsão elétrica em aviões é como tornar todo o sistema de distribuição de energia o mais eficiente e leve possível.
Uma possível solução pode ser encontrada nos avanços das pesquisas com alta tensão, principalmente com as unidades de frequência variável já utilizadas no solo, que reduzem significativamente o tamanho e o peso dos equipamentos.
Ao mesmo tempo, os pesquisadores vão analisar a possibilidade de uso de um isolamento autocicatrizante no sistema de distribuição de energia. A ideia é que, se surgir qualquer deterioração em uma conexão elétrica de alta tensão, o sistema de isolamento repare-se automaticamente, reduzindo os problemas em voo e a manutenção no solo.
Sistema Operacional Autônomo para VANTs
Uma das preocupações com os VANTs (veículos aéreos não tripulados) é como a sua lógica interna - o seu software - poderia responder a situações imprevistas, como um súbito agravamento do tempo, ou uma outra aeronave voando muito perto.
Situações assim exigem uma mudança repentina nos controles, o que é difícil de conciliar com o "comportamento programado" dos softwares.
A questão é saber se os avanços na programação e na inteligência artificial podem tornar possível que um VANT responda a essas situações por conta própria, sem interação humana remota, de maneiras que sejam tão confiáveis e previsíveis como se o veículo estivesse sendo conduzido por um piloto humano certificado.
Aeroestrutura Composta Adaptativa
Nos últimos anos tem havido avanços na fabricação e utilização de materiais compósitos em estruturas de aeronaves, assim como avanços na concepção das aeronaves do futuro, que poderão se adaptar às mudanças nas condições de voo usando técnicas como a mudança da forma de suas asas.
A questão é saber o que acontecerá se essas tecnologias puderem ser combinadas de tal forma que as estruturas compostas super fortes e leves também sejam capazes de se tornar flexíveis e mudar suas formas conforme necessário durante o voo.
Aprender a voar
Historicamente, o processo de concepção, construção, teste e certificação de novos aviões pode levar anos e custar muito dinheiro.
A questão é, será que estamos avançados o suficiente em nossa compreensão do voo e do uso de ferramentas informáticas para que possamos automatizar os novos projetos, criando aviões que passem diretamente dos computadores para o ar, sem a necessidade dos exaustivos testes em terra?
Gêmeos digitais
A questão aqui é se é possível construir um modelo de computador capaz de simular com precisão como uma aeronave ou seus componentes individuais serão afetados pelo envelhecimento.
A ideia é criar um "gêmeo digital" de um avião específico, cujo envelhecimento possa então ser simulado de forma acelerada.
Isso poderia ajudar a prever quando os problemas podem surgir, a fim de evitar que eles aconteçam.