Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/05/2011
Nova nave
A NASA havia criado grande expectativa com o agendamento de uma coletiva de imprensa, durante a qual seria anunciada "uma decisão chave para o transporte espacial para o espaço profundo".
A revelação, um tanto decepcionante, foi feita na tarde de ontem pelo administrador geral da agência espacial, Charles Bolden.
Segundo Bolden, o transporte de astronautas para a Estação Espacial Internacional será transferido inteiramente para a iniciativa privada, "de forma que poderemos nos concentrar na exploração do espaço profundo."
A grande expectativa foi criada sobretudo porque, há poucas semanas, a NASA havia divulgado o projeto de um novo conceito de nave espacial, chamado Nautilus.
Cápsula espacial
Em vez de uma nova nave, porém, a "nova nave espacial para o espaço profundo" será na verdade um reaproveitamento da cápsula Órion, projetada para o abandonado Programa Constelação.
"O projeto original será agora utilizado para desenvolver uma nova nave espacial chamada Veículo Tripulado de Múltiplos Propósitos (MPCV: Multi-Purpose Crew Vehicle)," disse Bolden.
Na verdade, a MPCV já está em construção, em um contrato com a empresa Lockheed Martin.
A nave retornável, contudo, parece ter características distantes de qualquer coisa voltada para o "espaço profundo", o que só fará sentido se ela for unida como um módulo de uma estrutura maior.
A MPCV pode ficar no espaço por apenas 21 dias, levando 4 astronautas. O espaço útil é de 20 metros cúbicos, dos quais 9 metros cúbicos de "espaço habitável".
O retorno à Terra utiliza pára-quedas, com pouso no mar. O sistema de reentrada foi projetado para suportar as velocidades alcançadas em um retorno à Terra além da órbita baixa - da Lua, por exemplo.
Espaço não tão profundo
Segundo Bolden, a nova nave ser 10 vezes mais segura do que os ônibus espaciais - ainda não está claro se ela usará a cápsula de escape MLAS.
A nave servirá como veículo tripulado primário para missões além da órbita baixa da Terra, o que deverá incluir a Lua e, provavelmente, asteroides, mas dificilmente a Marte, como havia anunciado o presidente Obama em 2010.
A MPCV terá a capacidade normal de uma nave tripulada, como capacidade de aproximação, atracação e atividade extraveicular, as caminhadas espaciais.