Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/11/2008
A NASA testou com sucesso a primeira rede espacial de comunicações digitais baseada na Internet. Os engenheiros do Laboratório de Propulsão a Jato utilizaram uma tecnologia chamada DTN ("Disruption-Tolerant Networking") para transmitir pacotes de imagens entre a Terra e uma sonda espacial localizada a 20 milhões de quilômetros no espaço.
Internet espacial
"Este é o primeiro passo na criação de uma capacidade totalmente nova de comunicações espaciais, uma Internet interplanetária, afirmou Adrian Hooke, gerente do projeto, em comunicado da NASA.
O desenvolvimento do protocolo da Internet espacial foi feito em parceria com o Google, em uma pesquisa que demorou 10 anos para ser concluída. O protocolo de transmissão de dados DTN envia as informações de forma diferente do TCP/IP da Internet terráquea. Vint Cerf, do Google, participou do desenvolvimento dos dois.
Internet Interplanetária
A Internet Interplanetária, como a NASA está chamando a nova rede de comunicações espaciais, deverá ser robusta o suficiente para lidar com longos delays nas transmissões, interrupções bruscas e desconexões.
Além da distância entre as sondas espaciais, e entre elas e a Terra, a comunicação é perdida quando uma sonda entra atrás de um planeta ou quando tempestades solares atrapalham a transmissão de dados no espaço. O delay de uma comunicação com Marte, por exemplo, com os sinais digitais viajando à velocidade da luz, é de 20 minutos.
TCP/IP da era espacial
Ao contrário do TCP/IP, o DTN não pressupõe uma conexão contínua entre dois computadores. Se o destino não for encontrado, ou se a rota para não puder ser identificada, o pacote não é descartado.
Cada nó, ou computador, da Internet Interplanetária mantém a informação pelo tempo que for necessário, até que ele possa se comunicar de forma segura com o próximo nó. Isto garante que não haverá perdas nos dados mesmo com as mais adversas situações encontradas no espaço.
Internet interplanetária
Em sua inauguração, a Internet Interplanetária tem 10 nós. Um deles é a sonda espacial Epoxi, enviada para encontrar o cometa Hartley 2 em 2010. Epoxi é o novo nome da sonda espacial Impacto Profundo, que lançou um projétil sobre o cometa Tempel 1 em 2005.
Os outros nós são sondas espaciais em órbita de Marte e da Terra e computadores no próprio laboratório da NASA que simulam os robôs Spirit e Opportunity que estão explorando Marte.
Este primeiro teste, com um mês de duração, deverá ser seguido por vários outros para qualificar a tecnologia para que a Internet Interplanetária possa ser usada de fato nas futuras missões espaciais.
Hoje, a comunicação da NASA com as suas sondas é feita de forma programada e manual, com o estabelecimento de links quando há coincidência de órbitas entre a sonda, as estações retransmissoras e a Terra.