Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/02/2017
Colonização do espaço
A NASA criou dois institutos de pesquisas que deverão se concentrar no "desenvolvimento de tecnologias críticas para ampliar a presença humana profundamente no interior do nosso Sistema Solar".
Os institutos reúnem pesquisadores de universidades e outras organizações, formando equipes multidisciplinares e multi-institucionais.
O grande objetivo é criar capacidades de missões espaciais autossustentáveis, que possam se manter de forma independente no espaço, sem depender do envio de recursos da Terra - em uma palavra, colônias terrestres em outros planetas ou luas.
De acordo com Steve Jurczyk, que anunciou o projeto, os institutos deverão "promover a síntese de ciência, engenharia e outras disciplinas para atingir objetivos de pesquisa específicos com resultados confiáveis esperados para os próximos cinco anos."
Veja abaixo as características e resultados esperados dos dois novos institutos.
Centro de Utilização da Engenharia Biológica no Espaço
O CUBES (Center for the Utilization of Biological Engineering in Space) deverá ajudar a mudar o foco da NASA das missões em órbita baixa, como a Estação Espacial Internacional, para o que a agência chama de "espaço profundo".
Para isso deverão ser desenvolvidas tecnologias - sobretudo biotecnologias - que permitam que os astronautas e exploradores fabriquem todos os produtos de que necessitem, em vez de depender da prática atual de missões de reabastecimento da Terra.
As áreas de pesquisa incluirão sistemas de biofabricação integrados, multifuncionais e multi-organismos para produzir combustível, materiais, produtos farmacêuticos e alimentos.
A possibilidade de uso das tecnologias na Terra também deverá ser levada em conta.
O Instituto CUBES será liderado por Adam Arkin, da Universidade da Califórnia em Berkeley, em parceria com as universidades Estadual de Utah, Califórnia em Davis, Stanford, e os parceiros industriais Autodesk e Physical Sciences Inc.
Instituto de Compósitos Ultrafortes por Projeto Computacional
O US-COMP (Institute for Ultra-Strong Composites by Computational Design) deverá usar ferramentas computacionais e simuladores para criar uma nova geração de materiais adequados para a construção de veículos, habitações, sistemas de fornecimento de energia e outros sistemas de exploração, todos voltados para uso no espaço.
A exigência básica é que os novos materiais deverão ser mais leves e mais fortes do que qualquer um usado atualmente mesmo nos sistemas mais avançados.
Um dos objetivos específicos é desenvolver e testar, em no máximo cinco anos, um material estrutural leve e de ultra-alta resistência, feito a partir de nanotubos de carbono.
O instituto US-COMP será coordenado por Gregory Odegard, da Universidade Tecnológica de Michigan, com pesquisadores de 22 instituições. Os parceiros industriais incluem a Nanocomp Technologies e a Solvay.