Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/01/2021
Universo no infravermelho próximo
A NASA aprovou o projeto preliminar do seu novo telescópio espacial.
O telescópio foi batizado de SPHEREx, uma sigla bem arranjada para um nome tão extenso quanto os objetivos do observatório: "Espectrofotômetro para a História do Universo, Época da Reionização e Explorador de Gelos".
O SPHEREx irá observar o céu inteiro na frequência do infravermelho próximo, usando uma técnica chamada espectroscopia para quebrar a luz do infravermelho próximo em seus comprimentos de onda individuais - ou cores - assim como um prisma divide a luz do Sol em suas cores componentes.
Dados de espectroscopia podem revelar do que um objeto é feito, uma vez que os elementos químicos individuais absorvem e irradiam comprimentos de onda específicos de luz.
A técnica também pode ser usada para estimar a distância de um objeto da Terra, o que significa que o mapa criado pelo SPHEREx será tridimensional. Na verdade, esta será a primeira missão da NASA a construir um mapa de espectroscopia de céu inteiro no infravermelho próximo, observando um total de 102 cores.
Inflação cósmica, formação de estrelas e origem da água
O observatório SPHEREx tem três objetivos principais.
O primeiro é buscar indícios da "inflação cósmica", algo que pode ter acontecido menos de um bilionésimo de bilionésimo de segundo após o Big Bang. Nessa fração de segundo, o próprio espaço pode ter-se expandido rapidamente, um aumento repentino que teria influenciado a distribuição da matéria no cosmos. Com o SPHEREx, os astrônomos mapearão a posição de bilhões de galáxias em todo o Universo em relação umas às outras, procurando por padrões estatísticos causados pela inflação.
O segundo objetivo é estudar a história da formação das galáxias, começando com as primeiras estrelas a se inflamarem após o Big Bang e vindo até as galáxias atuais. O SPHEREx fará isso estudando o fraco brilho criado por todas as galáxias, um brilho que é a razão pela qual o céu noturno não é perfeitamente escuro. Ele varia no espaço porque as galáxias se aglomeram. Com os mapas em muitas cores, os cientistas esperam descobrir como a luz foi produzida ao longo do tempo, o que pode indicar como as primeiras galáxias formavam estrelas.
Finalmente, os astrônomos usarão o mapa do SPHEREx para procurar gelo de água e moléculas orgânicas congeladas - os blocos de construção da vida na Terra - em torno de estrelas recém-formadas em nossa galáxia. O gelo da água envolve os grãos de poeira em nuvens de gás densas e frias por toda a galáxia. Estrelas jovens se formam dentro dessas nuvens, e os planetas se formam a partir dos discos de sobras de material ao redor dessas estrelas. O gelo nesses discos pode semear planetas com água e outras moléculas orgânicas, dando algum indício da origem da água da Terra.
Do tamanho de um carro pequeno, o telescópio espacial está programado para lançamento não antes de junho de 2024, mas não depois de abril de 2025.