Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/12/2008
Minúsculas barras mecânicas vibrando em alta freqüência poderão se tornar a próxima geração de sensores capazes de detectar vazamentos de gases perigosos à saúde e de tornar produtos alimentícios e cosméticos muito mais uniformes do que é possível com a tecnologia atual.
Nariz eletrônico
Esses nanossensores eletromecânicos são a mais nova adição ao campo dos narizes eletrônicos, uma categoria emergente de sensores com o potencial para aumentar a segurança nas residências e nas fábricas, além de melhorar a qualidade dos produtos da indústria.
Recentemente a NASA instalou um nariz eletrônico na Estação Espacial Internacional para detectar eventuais vazamentos de gases perigosos muito antes que o nariz dos astronautas seja capaz de perceber o risco.
Nanossensores eletromecânicos
Os nanossensores eletromecânicos funcionam vibrando em alta freqüência pela aplicação de uma corrente alternada. Qualquer molécula estranha que entre em contato com o sensor altera a sua freqüência de vibração, que é imediatamente detectada pelo monitoramento da corrente elétrica.
"Este método permite o desenvolvimento de equipamentos portáteis que irão apitar ou piscar tão logo detectem traços de gases ou compostos químicos no ambiente," explica o professor Apparao Rao. Atualmente a maioria dos equipamentos de detecção de gases emprega técnicas ópticas à base de laser, o que os torna muito grandes.
Diferenciação entre isótopos
A grande vantagem dos nanossensores eletromecânicos é a sua versatilidade. Além de serem capaz de efetuar medições mais simples, como alterações na temperatura e na umidade presente no ambiente, eles conseguem detectar vários tipos de gases ao mesmo tempo.
Os resultados preliminares indicaram que esse sistema de sensoriamento totalmente elétrico é tão sensível que ele é capaz de diferenciar entre o hidrogênio e deutério, dois isótopos do mesmo elemento, muito similares entre si.
Capacitância parasítica
As barras mecânicas "vibrantes" podem ser miniaturizadas até o extremo - até mesmo um único nanotubo de carbono mostrou-se adequado ao funcionamento do nanossensor. Toda a eletrônica necessária para o processamento das informações coletadas, além do próprio nanossensor, poderá ser empacotada em um único chip.
O professor Rao afirma que os créditos pelo avanço nesta tecnologia cabem ao físico Malcolm Skove, que descobriu que a medição da freqüência de ressonância de uma barra da segunda harmônica para cima elimina a chamada capacitância parasítica, um ruído de fundo que obscurece o sinal e que impedia o avanço dessa tecnologia.