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Nanotecnologia

Nanovermes carregam medicamento e levam quimioterapia diretamente a tumores

Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/05/2008

Nanovermes carregam medicamento e levam quimioterapia diretamente a tumores
Nanovermes segmentados, construídos de nanopartículas magnéticas de óxido de ferro, são capazes de se ligar apenas a células tumorais.
[Imagem: Ji-Ho Park, UCSD]

As drogas inteligentes já são uma realidade e são consideradas como o mais moderno tratamento contra o câncer. Esses novos medicamentos são constituídos por nanopartículas que carregam o remédio propriamente dito e que grudam seletivamente apenas nas células tumorais, otimizando o tratamento.

Nanovermes de carga

Agora, um grupo de cientistas dos Estados Unidos desenvolveu o que eles estão chamando de nanovermes, um novo veículo de transporte para o medicamento que promete ser mais eficiente do que as nanopartículas comuns. Seu formato, parecido com o de uma minhoca, evita que ele seja detectado rapidamente pelo sistema imunológico.

"A maioria das nanopartículas é reconhecida pelos mecanismos protetores do organismo, que as capturam e removem da corrente sangüínea em poucos minutos," explica o pesquisador Michael Sailor. "A razão pela qual esses vermes funcionam tão bem é um resultado da combinação do seu formato e de uma cobertura de polímero sobre suas superfícies que permitem que os nanovermes escapem desses processos naturais de eliminação. Como resultado, nossos nanovermes podem circular pelo corpo de um camundongo por muitas horas."

Nanopartículas inertes

Apesar de serem chamados de nanovermes pelos pesquisadores, esses carregadores de medicamentos não são organismos vivos. Eles são feitos pela junção de uma série de nanopartículas esféricas de óxido de ferro, formando uma estrutura parecida com um colar. A composição à base de óxido de ferro faz com que eles apareçam com um aspecto fortemente brilhante nos exames de ressonância magnética, utilizados para a detecção de tumores cancerígenos.

Visualizando tumores menores

"O óxido de ferro utilizado nos nanovermes tem a propriedade do superparamagnetismo, que os torna muito brilhantes na ressonância magnética," explica Sailor. "O magnetismo dos segmentos individuais de óxido de ferro, tipicamente oito por nanoverme, combina-se para formar um sinal muito mais forte do que aquele que pode ser observado se os segmentos estiverem separados. Isso se traduz numa maior capacidade para ver tumores menores, permitindo aos médicos fazerem o diagnóstico do câncer nos seus estágios iniciais de desenvolvimento.

Endereço certo

O polímero a que o Dr. Sailor se refere é o dextran. Além dele, o nanoverme recebe a molécula F3, um peptídeo responsável por fazer com que o nanoverme ligue-se seletivamente apenas às células tumorais. Graças ao seu formato alongado, é possível colocar várias moléculas F3 em cada nanoverme, fazendo com que ele se ligue mais fortemente aos tumores.

O próximo passo da pesquisa é desenvolver formas de ligar outras moléculas à superfície dos nanovermes, tornando-os capazes de se ligar a diferentes tipos de tumores.

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