Redação do Site Inovação Tecnológica - 02/08/2012
Micro e nanotecnologias
"O Brasil tem que dar esse passo, tem que criar uma infraestrutura que permita, tanto ao pesquisador industrializar a tecnologia, como às empresas terem acesso a uma rede de conhecimento para converter ideias de seus setores de desenvolvimento em produtos".
A avaliação é do físico Flávio Plentz, que assumiu, nesta semana, a coordenação geral de micro e nanotecnologias do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (CGNT/MCTI).
Para Plentz, esses avanços viriam em um momento de maturidade do cenário nacional.
"Nos últimos anos, o Brasil deu um salto muito grande em formação de recursos humanos, em produção de trabalhos científicos e em publicação de artigos", diz. "Se não está completamente consolidado, esse sistema está em um patamar muito melhor do que ocupava em um passado recente."
SisNano
O coordenador tem a expectativa de que o Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologias (SisNano) promova a interação entre pesquisadores e empresas que trabalhem com matérias em escala atômica.
"Na verdade, vai ser uma rede de laboratórios financiada pelo ministério, que deve formar uma base de infraestrutura para pesquisa e desenvolvimento em nano", adianta.
A próxima etapa para a implantação do SisNano deve ocorrer no fim de agosto, quando o Comitê Consultivo de Nanotecnologia analisar as primeiras propostas de instituições interessadas em compor a rede.
Comitê de Nanotecnologias
Já para integrar a gestão das atividades, o coordenador do CGNT considera fundamental a atuação do Comitê Interministerial de Nanotecnologias (CIN), fundado em 9 de julho para organizar as ações do governo.
"Esse comitê coloca a nanotecnologia num outro nível de ação governamental, porque ele vai poder criar um determinado programa a partir de conhecimentos e recursos de oito ministérios", analisa Plentz. "Isso vai dar uma consistência, uma robustez bem maior para as ações do MCTI e do governo federal".
O MCTI coordena o grupo, com participação dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Defesa (MD), do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), da Educação (MEC), do Meio Ambiente (MMA), de Minas e Energia (MME) e da Saúde (MS).
Para aproximar o País das potências mundiais no setor, o MCTI instituiu em fevereiro o Centro Brasil-China de Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia (CBC-Nano). A formatação da rede cooperativa está na pauta de uma comitiva brasileira com viagem programada para a Ásia em setembro.