Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/09/2008
A nanotecnologia já permite há algum tempo a manipulação de átomos e moléculas individuais. Essa manipulação, até agora, envolve basicamente um aparato no qual os átomos e moléculas estão fixos e o equipamento é que se move.
Isso restringe enormemente a flexibilidade à disposição dos pesquisadores e, principalmente, torna qualquer processo de pesquisa muito lento.
Nanoposicionador com precisão atômica
Agora, engenheiros da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, desenvolveram um nanoposicionador - um equipamento de posicionamento - semelhante às mesas coordenadas presentes na maioria dos laboratórios, com a diferença que o nanoposicionador consegue se mover com uma precisão em escala atômica.
O equipamento pode ser comandado para mover-se um átomo à frente ou a ré, ou à direita e à esquerda, exatamente como as mesas coordenadas. Esse é um grande avanço em relação aos equipamentos atuais, que movem-se apenas em um sentido.
Discos rígidos e nanomáquinas
O minúsculo equipamento de posicionamento motorizado terá utilidades que deverão ir além dos laboratórios de pesquisa. Ele poderá, por exemplo, ser a base para novas cabeças de gravação e leitura de discos rígidos, que serão capazes de avançar com precisão ao longo de trilhas muito mais estreitas do que as atuais.
Outra possibilidade é o seu uso em uma linha de montagem de nanomáquinas.
Discos rígidos e sensores biológicos
O manipulador em nanoescala também opera no sentido inverso, detectando movimentos e forças. Isso o torna adequado para uma nova classe de sensores capazes de detectar vírus e moléculas biológicas.
Os sensores biológicos atuais têm uma resolução ao redor de 20 nanômetros. "Vinte nanômetros é mais ou menos o tamanho de 200 átomos, de forma que, se você está procurando por uma molécula em particular, será difícil encontrar," diz o pesquisador Jason Clark. "Com nosso design, a resolução mais alta, em escala atômica, tornará a busca mais fácil."