Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/08/2008
A fragilidade é um dos altos preços a se pagar pela miniaturização que a nanotecnologia está promovendo em dispositivos dos mais diversos tipos. Se deixar o telefone celular cair hoje já é causa de preocupações reais, a questão será muito mais séria no futuro, com o desenvolvimento de nanomáquinas e sensores cada vez menores.
Nanomolas
Mas os engenheiros não estão sentados esperando o problema ficar mais sério. Pesquisadores da Universidade Clemson, nos Estados Unidos, acabam de desenvolver nanomolas - molas com dimensões medidas na escala dos nanômetros - feitas de carbono.
Os pesquisadores demonstraram que camadas dessas nanomolas são capazes de absorver choques com uma eficiência de fazer inveja às suas irmãs maiores, as molas atuais, feitas principalmente de metais e ligas metálicas.
Molas de nanotubos de carbono
Como não seria viável a produção individual das nanomolas, os pesquisadores foram buscar inspiração na fabricação de nanotubos de carbono e acabaram criando uma técnica para produzir nanotubos em formato espiral.
Ou seja, as nanomolas nada mais são do nanotubos espiralados - e os nanotubos são bem conhecidos pela sua incrível resistência mecânica.
Revestimentos à prova de choque
Outros pesquisadores já haviam construído nanomolas de carbono antes, mas como meras curiosidades que surgiam um tanto aleatoriamente no processo de fabricação dos nanotubos, e não de forma consistente e em larga escala.
"Como nosso método produz nanotubos espiralados rapidamente e em grandes volumes, ele pode ser facilmente escalado até níveis industriais. Depois de sua formação, os nanotubos em forma de mola podem ser destacados em uma peça única e colocados sobre outras superfícies para formar instantaneamente revestimentos à prova de choque," diz o pesquisador Apparao Rao.
Usos industriais também em macroescala
Com isto, além de proteger equipamentos miniaturizados, os pesquisadores acreditam que suas nanomolas logo poderão se tornar parte integrantes de pára-choques de automóveis, mancais, solados de sapatos esportivos e qualquer outro equipamento que requeira proteção antichoque.
As experiências mostraram que as nanomolas de carbono herdam as incríveis propriedades estruturais dos nanotubos. Em testes com esferas de aço, os revestimentos à prova de choque feitos com as nanomolas de carbono recuperaram integralmente sua estrutura depois do choque.
A equipe do professor Rao está envolvida em várias outras pesquisas com nanotubos de carbono, tendo sido responsável pela criação de nanotubos em formato de Y que funcionam como transistores eletrônicos (veja Nanotubos de carbono em formato de Y são transistores naturais).