Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/01/2013
Bits moleculares
Como anunciado ontem, guardar dados digitais em moléculas de DNA é algo que está se mostrando cada dia mais promissor.
Antes que as questões práticas daquela técnica sejam resolvidas, contudo, poderá ser possível aumentar a densidade do armazenamento magnético de dados usando ímãs moleculares.
Uma equipe internacional de cientistas sintetizou um filme de moléculas híbridas - compostas de um material orgânico e cobalto - que é um passo para a criação de bits que não são apenas menores e mais rápidos, como também consomem menos energia nos processos de leitura e gravação.
Eletrônica molecular
Quando são miniaturizados ao extremo, os componentes começam a ficar instáveis, já que apenas um átomo é suficiente para alterar as propriedades físicas de um bit que é formado por uns poucos átomos.
Uma das saídas é a chamada eletrônica molecular, cujos componentes são feitos não de aglomerados, mas de moléculas completas e estáveis - como as moléculas consistem de um número fixo de átomos, seu comportamento é previsível, e elas podem ser projetadas de acordo com a aplicação.
Mais do que isso, a eletrônica molecular permite tirar proveito não apenas da carga dos elétrons, mas também do seu momento, o spin, abrindo caminho para a spintrônica molecular.
Metalorgânico
Embora as moléculas propriamente ditas sejam estáveis, o maior desafio é impedir sua interação com as camadas sobre as quais são aplicadas.
Karthik Raman e seus colegas da Alemanha, EUA, Croácia e Índia encontraram uma solução combinando as características tanto das moléculas quanto do substrato.
A molécula é conhecida como ZMP - zinco fenalanil-metil - uma molécula metalorgânica que, por si só, não é magnética. Mas Raman aplicou esse organozinco na forma de um filme sobre uma camada de cobalto, este sim, magnético.
O resultado é um "sanduíche" que pode ser chaveado entre dois estados magnéticos usando uma corrente elétrica - um comportamento conhecido como magnetorresistivo, ideal para a criação de memórias que não perdem os dados quando a energia é desligada.
Menos frio
Sistemas moleculares magnetorresistivos já haviam sido obtidos antes, mas a temperaturas de -200º C.
"Nosso sistema é altamente magnetorresistivo a uma temperatura relativamente elevada de -20 ° C. Este é um passo considerável no desenvolvimento de sistemas de armazenamento e componentes lógicos moleculares que funcionem a temperatura ambiente," disse Nicolae Atodiresei, um dos projetistas do sistema.