Redação do Site Inovação Tecnológica - 18/07/2018
Nanolaser camaleão
Os camaleões mudam de cor controlando o espaçamento entre os nanocristais na sua pele.
Complexos sistemas nanomecânicos - ainda não muito bem compreendidos, é verdade - trabalham silenciosa e rapidamente para camuflar o animal fazendo sua pele combinar com o ambiente.
Enquanto não dá para copiar a camuflagem inteira, dá para fazer um truque similar usando luz, demonstraram Danqing Wang e seus colegas da Universidade Northwestern, nos EUA.
Eles criaram um nanolaser que muda de cor usando um mecanismo similar ao da pele dos camaleões - controlando o espaçamento entre nanopartículas metálicas.
Laser que estica e encolhe
A pele do animal foi imitada por um polímero esticável, enquanto os nanocristais biológicos foram substituídos por matrizes de nanopartículas metálicas cuidadosamente espaçadas.
À medida que a matriz polimérica se estica ou se contrai, ela afasta ou aproxima as nanopartículas, o que faz com que o comprimento de onda do laser emitido se altere - em outras palavras, sua cor muda.
"Assim, esticando e soltando o substrato de elastômero, nós podemos selecionar a cor da emissão à vontade," disse o professor Teri Odom, cuja equipe vem utilizando e desenvolvendo seu laser do tamanho de um vírus.
Aplicações
O laser esticável e multicor é robusto, ajustável, reversível - vai e volta nas cores - e possui alta sensibilidade à deformação - já existiam lasers de borracha, mas eles ainda não eram capazes de mudar de cor.
Essas propriedades tornam a técnica interessante para aplicações em telas ópticas responsivas, chips fotônicos e comunicação óptica multiplexada - cada cor transporta um canal diferente.
Mais para o futuro, a técnica também abre as portas para avanços em telas flexíveis para celulares e TVs, dispositivos fotônicos portáteis e sensores ultrassensíveis.