Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/03/2008
Cientistas descobriram que as moléculas de Carbono 60, conhecidas como buckyballs, são tão fortes que podem conter hidrogênio em seu interior em volumes super densos, comparáveis aos encontrados no núcleo de Júpiter.
Hidrogênio metálico
"Baseados em nossos cálculos, parece que algumas buckyballs são capazes de conter volumes de hidrogênio tão densos que ele será quase metálico," conta o pesquisador Boris Yakobson, da Universidade Rice, nos Estados Unidos.
O hidrogênio promete ser uma fonte abundante e limpa para a geração de energia e até para a utilização em automóveis, em substituição aos combustíveis fósseis. Antes disso porém, vários problemas tecnológicos deverão ser resolvidos, um dos quais é o seu armazenamento.
Armazenamento de hidrogênio
Como o hidrogênio possui uma pequena densidade energética, não é viável seu armazenamento em tanques. Na busca de formas de armazenamento sólido, o governo dos Estados Unidos estipulou metas para que os cientistas encontrem compostos químicos que possam conter até 6% do próprio peso em hidrogênio - a partir dessa densidade torna-se viável sua utilização em automóveis.
Os cientistas acreditam que as buckyballs que eles estudaram podem conter até 8% do próprio peso em hidrogênio.
As buckyballs são conhecidas como "nanocavernas", porque sua estrutura forma uma espécie de esfera com uma fortíssima parede de carbono. Várias pesquisas tentam tirar proveito dessas esferas ocas para o armazenamento de substâncias. A idéia desta pesquisa é encher as nanocavernas com hidrogênio sob alta pressão.
Família dos fulerenos
As buckyballs são "primas" dos nanotubos de carbono, todos pertencentes a uma família chamada fulerenos. Além das buckyballs clássicas, formadas por 60 átomos de carbono, existem outras formadas com mais de 2.000 átomos.
"As ligações dos átomos de carbono estão entre as mais fortes ligações químicas na natureza," comenta Yakobson. "São essas ligações que tornam o diamante a substância mais dura que se conhece, e nossa pesquisa demonstrou que é necessário uma enorme pressão interna para deformar e quebrar as ligações carbono-carbono em um fulereno."