Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/01/2012
Som do silêncio
Que ruído faz uma pulga ao andar? Que tipo de onda sonora emite uma bactéria ao se mover?
Cientistas da Universidade de Munique criaram um "nano-ouvido", o mais sensível sensor acústico já criado, que é capaz de detectar esses e outros sons em um mundo até hoje encarado como absolutamente silencioso, muito abaixo do limiar do ouvido humano.
Segundo os pesquisadores, o novo sensor acústico pode abrir um campo de pesquisas totalmente novo, que eles de chamam de "microscopia acústica", no qual os organismos serão estudados pelos sons que eles emitem.
O nano-ouvido dará novas informações sobre movimentos, até agora imperceptíveis, de células, organelas de células, ou de objetos microscópicos artificiais.
"Com nosso nano-ouvido nós construímos um nanomicrofone que nos permitiu chegar mais perto do que nunca dos objetos microscópicos," afirmou Alexander Ohlinger, um dos criadores do aparelho.
Menor ouvido do mundo
O nano-ouvido é formado por uma única nanopartícula de ouro mantida em um estado de levitação por um raio laser.
Ondas sonoras em escalas inimaginavelmente pequenas são suficientes para fazer a nanopartícula se mover - a partícula oscila paralelamente à direção da propagação do som.
A magnitude desse movimento pode então ser detectada pela influência que ele causa sobre a luz do laser.
Isso permitiu que os cientistas ouvissem sons até então imperceptíveis - na verdade, eles conseguem "ver os sons", observando os gráficos produzidos pelo aparelho.
O equipamento de captação dos "infra-sons" consiste em um microscópio de campo escuro e de uma câmera digital comum, um aparato sem qualquer tecnologia futurística, apenas tirando proveito da tecnologia das chamadas pinças ópticas.
O nano-ouvido - ou nano-orelha - consegue detectar níveis sonoros de aproximadamente -60 dB, o que é cerca de um milhão de vezes mais sensível do que o limite de audição do ouvido humano - por definição estabelecido como 0 dB.